Atriz, comediante, cantora, modelo, executiva de cinema e produtora. Mas também pode chamar de primeira-dama da televisão ou rainha da comédia. São muitos os títulos de Lucille Ball. O ícone da Hollywood dos anos 1950 ganhou uma versão nas telonas – “Being the Ricardos”, que tem estreia marcada nos Estados Unidos em 10 de dezembro -, na qual será interpretada pela atriz australiana Nicole Kidman.
Com interpretações que vão de “I Love Lucy”, série cômica norte-americana, à franquia de ficção científica “Star Trek”, Lucille Désirée Ball, nascida em 6 de agosto de 1911 em Jamestown, Nova York, é o retrato da mulher forte e empoderada daquela década. A atriz, que teve contato com o teatro ainda pequena, por conta do avô, estudou na John Murray Anderson School, uma escola de artes dramáticas localizada em NY. Em 1928, trabalhou como modelo, mas anos depois voltou à cidade para tentar a sorte na Broadway. A empreitada durou pouco: Lucille logo entendeu que seu lugar era mesmo em Hollywood.
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Rumo ao show business
Em 1933, aos 22 anos, a atriz se mudou permanentemente para Los Angeles. Como contratada da RKO Pictures, fez participações pequenas em diversos filmes, entre eles “Roberta” (1935), “O Picolino” (1935) e “Nas Águas da Esquadra” (1936), ao lado das grandes estrelas da época Fred Astaire e Ginger Rogers.
Em 1937, em “No Teatro da Vida”, ganhou um papel de destaque, mas ainda sem protagonismo. No início na década de 1940, assinou com a MGM, mas não chegou a estrelar nenhuma obra pelo estúdio. Foram anos de pequenos papéis e aparições nas produções hollywoodianas, inclusive da Universal Pictures. Na época, casou-se com o ator cubano Desi Arnaz, que havia conhecido na RKO Pictures.
“I Love Lucy”
Em 1948, o rumo da carreira de Lucille finalmente mudou. Ela surgiu como Liz Cugat em “My Favorite Husband”, um programa de rádio transmitido pela CBS. A empresa queria adaptar a série para a televisão, e Lucille insistiu que só aceitaria a proposta se o marido fosse a co-estrela do programa. Isso porque, com a agenda apertada, os dois haviam se distanciado e pretendiam trabalhar juntos para diminuir o afastamento imposto pelo trabalho. A CBS relutou, mas acabou concordando.
Lucille e o marido fundaram então a companhia de produção televisiva Desilu Productions, que ficou responsável pelo piloto da série. Com uma semana de gravação de “I Love Lucy”, Lucille descobriu que estava grávida. A artista, mais uma vez, argumentou junto à produção do show e “engravidou” também na ficção, tornando-se a primeira atriz a continuar as filmagens de um programa de TV na condição de gestante.
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“I Love Lucy” não apenas consolidou a carreira de Lucille, como introduziu métodos ainda em uso na rotina atual da TV. A série foi exportada para mais de 80 países e rendeu uma fortuna para os criadores, uma vez que os episódios são comercializados até hoje.
Atuação como executiva
Com o divórcio de Desi Arnaz na década de 1960, Lucille comprou a participação do ex-marido no estúdio que haviam fundado. A Desilu Productions foi responsável pela produção de vários outros programas populares, como o sitcom “Our Miss Brooks”, “The Untouchables”, “Star Trek”, e “Mission: Impossible”. Em 1967, a produtora foi vendida e incorporada pela Paramount Pictures.
Final de carreira e morte
Após “I Love Lucy”, Lucille ainda fez alguns filmes e sitcoms pela CBS: “The Lucy Show”, entre 1962 e 1968, e “Here’s Lucy”, entre 1968 e 1974, com a participação de seus filhos, Lucie Arnaz e Desi Arnaz Jr.
Na década de 1980, a atriz tentou retomar sua carreira na televisão, estrelando o telefilme “Stone Pillow”. Sua última aparição pública foi na 61ª entrega do Oscar, em fevereiro de 1989. Um mês depois, a atriz faleceu, aos 78 anos, em decorrência de uma segunda ruptura de aorta, na região abdominal.
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