“MenstruAÇÃO”: animação debate tabus e desinformação sobre ciclo menstrual

Projeto desenvolvido pelo Programa USP Diversidade se propõe a traduzir temas como higiene íntima e anatomia
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Projeto abordará tópicos relacionados ao ciclo menstrual através de animações (Foto: Pexels)

Com o objetivo de desmistificar os tabus que envolvem a menstruação, o Programa USP Diversidade, em parceria com o Instituto Cultural Barong, lançará amanhã (28) a série “MenstruAÇÃO”. Desenvolvida  em forma de animação, a produção reunirá vários episódios sobre as dúvidas mais comuns em relação ao tema. 

No primeiro capítulo, por exemplo, uma das personagens ficará menstruada pela primeira vez. Assim, o enredo trará abertura para esclarecer, de forma simples e cotidiana, informações sobre higiene íntima, anatomia dos órgãos sexuais, cólica, ciclo menstrual, TPM e até gravidez. 

Para a sua elaboração, o projeto contou com a participação de dois professores, dois pós-graduandos e cinco alunos de graduação de enfermagem. De acordo com a coordenadora da animação, a professora  Ana Paula Morais Fernandes, o conteúdo deve ajudar a humanizar e traduzir esse processo biológico natural. 

Além disso, a docente ainda destaca a importância de trazer à tona debates que envolvem a saúde pública, como é o caso da pobreza menstrual. Conforme o relatório “Pobreza Menstrual no Brasil – Desigualdades e Violações de Direitos”, publicado pelo UNICEF e UNFPA, mais de 60% das adolescentes e jovens que menstruam já deixaram de ir à escola por causa da condição.

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“A saúde, os direitos menstruais e a resposta à pobreza menstrual, que afetam negativamente parte importante das pessoas que menstruam no país, são temas que impactam o desenvolvimento da sociedade e têm assumido magnitude nacional e internacional”, afirma ela. 

Outra pauta importante para a sociedade é a menstruação entre homens transsexuais. Para Dan Kaio Lemos, representante do grupo, a restrição do tema a mulheres cisgênero acaba desencadeando o sofrimento de pessoas cujo corpo não se encaixa em rótulos convencionais. 

“A primeira dificuldade de um homem trans está em entender essa questão que é colocada culturalmente como ‘quem menstrua são mulheres’”, explica. “Isso gera uma disforia muito grande, podendo gerar até mesmo repúdio ao próprio corpo, o que, por sua vez, desencadeia sofrimentos não só psicológicos, mas físicos”, comenta. 

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