Em véspera de feriado, não podemos esperar que os investidores mantenham o mesmo ânimo dos últimos dois pregões. Afinal, estamos no Brasil e o imprevisto pode acontecer a qualquer momento.
Quem tem experiência de mercado brasileiro sabe que levar risco para um feriadão pode não ser boa ideia. Até porque pode acontecer qualquer evento expressivo no exterior e, com bolsa fechada na segunda-feira (15), os investidores ficam reféns e podem ter perdas fortes mesmo operando bem no início do pregão do dia seguinte.
LEIA MAIS: Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!
Estamos falando aqui daquele tipo de investidor que movimenta capital na bolsa todos os dias. Ele é profissional ou muito experiente e faz o chamado “day trade”, que exige bastante conhecimento não só sobre bolsa de valores, mas também sobre acontecimentos, finanças de empresas e previsões para a economia.
Tem gente que opera de casa e vive disso. Tem gente que opera para grandes empresas, fundos de investimentos ou corretoras e atende clientes com bastante capital aplicado em ações.
Gente que não pode piscar sob o constante risco de perder muito dinheiro.
Estes dias serão de trégua do noticiário carregado de Brasília em torno das discussões sobre o orçamento de 2022, PEC dos precatórios, furo no teto de gastos, programa Auxílio Brasil e de negociatas entre políticos.
O mercado opera sobre os fundamentos, ou seja, monitora dados econômicos, balanços de empresas e projeções econômicas. É assim que sempre deveria ser.
Hoje, por exemplo, as listas das principais altas e baixas do Ibovespa refletem os resultados de companhias brasileiras divulgados enquanto a bolsa estava fechada. São os números do terceiro trimestre do ano que mostram quais setores conseguiram ou não alguma recuperação após a pandemia.
As ações de empresas do setor de varejo estão nas pontas ganhadora e perdedora.
Quem perde no índice Bovespa? Magazine Luiza.
As ações (MGLU3) tinham queda de 13,70% a R$ 11,78 pela manhã. A varejista comandada por Fred Trajano, filho da Luiza Trajano, não conseguiu manter os bons números de 2020 durante a pandemia puxados pelo e-commerce. De julho a setembro de 2021, o lucro líquido ajustado da companhia foi de R$ 22,6 milhões, com queda de 89,5% na comparação anual.
Isso reflete a situação difícil pela qual passa a população brasileira nesta saída do período de pandemia com inflação acelerada, juros altos e endividamento.
Não muito fora do setor de varejo e mais especificamente no segmento de cosméticos, a Natura (NTCO3) caía 14,92% a R$ 34,05, liderando as baixas do Ibovespa.
A companhia divulgou um decepcionante balanço do terceiro trimestre deste ano, com lucro líquido consolidado de R$ 269,6 milhões e queda de 28,6% em relação ao mesmo período de 2020.
Curiosamente, outra varejista lidera ganhos do Ibovespa: Americanas.
A empresa anunciou recentemente que passará por uma reestruturação societária para unificar ações em uma só, além de planos de listar ações em bolsa norte-americana. Isso confere um entusiasmo a mais para os investidores.
As ações (LAME4) subiam 9,62% a R$ 6,84 e as (AMER3) avançavam 9,45% a R$ 38,68 no período da manhã.
A rede varejista reportou lucro líquido de R$ 241 milhões no terceiro trimestre com alta de 568,3% explicada pela correção monetária do ICMS na base de cálculo do PIS-Cofins que somou R$ 246,6 milhões.
Excluindo este efeito tributário, a empresa teve prejuízo de R$ 6 milhões no período, representando metade das perdas esperadas pelo mercado. Isso também explica o bom desempenho das ações nesta sexta-feira.
Quero saber sua opinião sobre a coluna Ordinárias e Preferenciais.
Meu e-mail é [email protected]
Fique por dentro de todas as novidades da EQL
Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente
Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes
Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!
