Ibovespa cai arrastada por queda da Vale em dia de pouca liquidez

Principal índice da bolsa brasileira registrou desempenho negativo de 0,65%, alcançando 104.864,17 pontos
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O principal índice da bolsa brasileira recuou hoje (28), em meio a um cenário externo misto e sob influência da queda das ações de Vale, na esteira da desvalorização do minério de ferro. A mineradora foi a principal contribuição negativa para o índice, enquanto a JBS ficou na ponta oposta.

O Ibovespa caiu 0,65%, a 104.864,17 pontos. O giro financeiro foi de cerca de R$ 16 bilhões — pouco mais da metade da média do começo do mês.

Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!

O Ibovespa operou em queda desde o início da sessão, quando os principais índices futuros de ações nos Estados Unidos ainda indicavam uma nova sessão positiva generalizada. As principais bolsas dos EUA e da Europa acumularam sequências de altas nas últimas sessões, impulsionadas principalmente por notícias positivas sobre a variante ômicron da Covid-19.

Depois, o S&P 500 interrompeu sequência de quatro altas seguidas – o Ibovespa registrou três baixas nas últimas cinco sessões.

“O Ibovespa não acompanhou o movimento de alta da bolsa dos EUA em todo o segundo semestre”, disse a estrategista-chefe da Necton Investimentos, Bruna Marcelino. “O temor é como vai ser quando bolsa norte-americana começar a corrigir”, acrescentou, lembrando que o país deve iniciar a subida na taxa de juros, ciclo já em andamento no Brasil e que afeta a renda variável.

No ano, o Ibovespa tem queda de cerca de 11,8%, enquanto o Dow Jones, o de pior desempenho entre as três principais índices acionários norte-americanos, teve alta de 18,9%.

No geral, as bolsas tiveram desempenho misto nesta terça-feira, com o S&P 500 caindo 0,1%, o Nasdaq cedendo 0,6% e o Dow Jones subindo 0,3%, enquanto na Europa o índice pan-europeu STOXX 600 teve ganho de 0,6% e alcançou maior patamar em cinco semanas.

Na cena doméstica, seguiu no radar do mercado a pressão de auditores da Receita Federal sobre o governo pela liberação de recursos ao órgão e regulamentação do pagamento de bônus. A insatisfação ocorreu na esteira da aprovação no Congresso de Orçamento de 2022 com uma reserva de R$ 1,7 bilhão para reajustar salários de policiais.

O temor de investidores é de que ocorra uma pressão mais ampla por reajustes em outras categorias do funcionalismo, de modo que uma potencial aceno favorável do governo federal impacte as contas públicas.

Entre os dados divulgados, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,1% no trimestre encerrado em outubro, divulgou o IBGE, ante expectativa de 12,3% em pesquisa Reuters. E o Banco Central apresentou relatório mensal de crédito.

LEIA MAIS: S&P 500 fecha em baixa após rali de quatro dias e recorde intradiário

Destaques

– VALE ON caiu 2,7% e USIMINAS PN recuou 1,93%, após contratos futuros do minério cederem 3,4% em Dalian. No caso da Vale, ainda houve contratempo nas negociações com credores envolvendo sua joint venture Samarco — em parceria com o grupo anglo-australiano BHP — em conversas para um acordo de recuperação judicial.

– PETROBRAS PN e ON ambas subiram 0,1%. O petróleo Brent avançou 0,4%, apoiado por interrupções no fornecimento e expectativas de que os estoques dos EUA tenham caído na semana passada. Notícias sobre disputas judiciais em alguns estados envolvendo o aumento de preços de gás pela Petrobras também ficaram no radar.

– CIELO ON disparou 4,1% e chegou a três sessões de alta. A companhia divulgou juros sobre capital próprio de R$ 235,8 milhões na semana passada.

– ASSAÍ ON recuou 3,96%, na quarta sessão consecutiva de queda.

– BR MALLS ON subiu 2,78%, IGUATEMI avançou 2,74% e MULTIPLAN ON teve alta de 1,54%, em nova sessão positiva para setor de shoppings, na sequência de notícias sobre dados preliminares das vendas no final de ano. No final da tarde, o Brazil Journal publicou, citando fontes, que a Aliansce Sonae contratou o BTG Pactual para avaliar a aquisição ou fusão com a BR Malls.

– HAPVIDA ON caiu 2,6%, em dia ex-direitos a juros sobre capital próprio. INTERMÉDICA ON, que está em processo de combinação de negócios com a Hapvida, caiu 3%, sua quarta baixa consecutiva. O setor de saúde mantém no radar o movimento de internações por síndromes respiratórias no país em meio à propagação da Ômicron.

– VIA ON subiu 1,85% e MAGAZINE LUIZA ON avançou 0,74%, após ações dispararem na véspera com otimismo dos investidores com o setor de varejo.

– ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN cederam 0,37% e 0,36%, após à divulgação de estatísticas mensais de crédito pelo BC. O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,8% em novembro sobre outubro, enquanto a inadimplência no segmento de recursos livres teve leve alta, e o spread bancário subiu a 23,4 pontos percentuais. Ainda no setor financeiro, BTG PACTUAL UNIT caiu 2,8%.

(Com Reuters)

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Compartilhar a matéria:

×