BC avaliou subir Selic para além do ajuste de 1,5%

Autarquia ainda vê convergência à meta em 2022
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O Banco Central avaliou acelerar a alta da Selic para além do ajuste de 1,5% que adotou, mostrou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada hoje (03), mas chegou à conclusão que com o ritmo adotado, mas considerando uma taxa terminal distinta, é possível levar a inflação à meta em 2022.

De acordo com o BC, o objetivo é viável a despeito da deterioração da perspectiva para as contas públicas, o que ocorreu após o governo indicar a disposição de driblar a regra do teto de gastos –considerada a única âncora fiscal crível do país– para distribuir um benefício de no mínimo R$ 400 no âmbito do novo Bolsa Família, batizado de Auxílio Brasil.

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“O comitê avaliou, inclusive, cenários com ritmos de ajuste maiores do que 1,50%”, trouxe a ata.

“Prevaleceu, no entanto, a visão de que trajetórias de aperto da política monetária com passos de 1,50%, considerando taxas terminais diferentes, são consistentes, neste momento, com a convergência da inflação para a meta em 2022, mesmo considerando a atual assimetria no balanço de riscos.”

Sobre a questão fiscal, o BC afirmou que os desenvolvimentos nesse front implicam elevação do risco altista para as projeções de inflação no seu cenário básico, sendo que esse viés é agora maior do que o anteriormente considerado.

“Como consequência, o Comitê concluiu que o grau apropriado de aperto monetário é significativamente mais contracionista do que o utilizado no cenário básico”, complementou o BC, reiterando disposição de ir mais fundo no processo de colocar a Selic em patamar que desaquece a economia para conseguir debelar a inflação.

Na ata, o BC ressaltou que desde o último encontro do Copom, houve alta “substancial” dos preços internacionais de commodities energéticas, com impacto inflacionário amplificado pela depreciação do real.

Segundo o BC, esta combinação foi “o fator preponderante para a elevação das projeções de inflação do comitê tanto para 2021 quanto para 2022”.

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Neste período do ano choques nos preços das commodities em reais já têm efeito direto na inflação de 2022, o que eleva a volatilidade dessas projeções, admitiu o BC. Mas a autoridade monetária repetiu que, mesmo assim, mira a convergência à meta no ano que vem.

“O Comitê entende que um processo de desancorarem de expectativas pode gerar elevados custos econômicos de longo prazo, motivando o Copom a escolher uma trajetória de elevação de juros compatível com a convergência da inflação para a meta ainda em 2022”, afirmou.

Na semana passada, o BC aumentou o ritmo de aperto monetário diante da deterioração do cenário fiscal e promoveu uma alta de 1,5% na Selic, ao patamar de 7,75% ao ano, numa tentativa de domar as crescentes pressões inflacionárias.

Esta foi a maior elevação na taxa básica de juros desde dezembro de 2002, quando houve aumento de 3 pontos da Selic, a 25% ao ano, em uma resposta ao derretimento do mercado e à disparada do dólar por temores associados à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência.

O BC também indicou, já na quarta-feira passada, que deveria repetir a dose, adotando outra elevação de igual magnitude na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 7 e 8 de dezembro.

O BC agora enxerga IPCA de 4,1% no ano que vem, ante 3,7% anteriormente, mais distante da meta central de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos, conforme estimativas divulgadas na última quarta-feira.

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Para este ano, o BC vê inflação de 9,5% (8,5% antes) e para 2023 a expectativa é de alta de 3,1% (3,2% antes), contra metas de 3,75% e 3,25%, respectivamente, também com margem de 1,5 ponto.

No boletim Focus mais recente, as projeções dos economistas são mais pessimistas, com IPCA em 9,17% este ano, 4,55% ano que vem e 3,27% em 2023.

(Com Reuters)

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