Os preços futuros do minério de ferro dispararam nesta quinta-feira (11), após notícias de que a gigante do setor de construção civil chinesa, Evergrande, teria conseguido realizar o pagamento de dois títulos junto a seus credores.
O contrato mais ativo do minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian teve alta de 6,8% a 570,50 iuanes por tonelada.
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Ontem (10), a cotação da commodity atingiu a mínima de um ano e fechou com queda de 4,6% a 536,50 iuanes.
O minério de ferro vem sofrendo perdas acentuadas nas últimas semanas diante da crise do setor imobiliário na China causada pela Evergrande, além de restrições do governo à produção de aço no país asiático e aumento dos estoques nos portos chineses.
“Ocorreu a paralização de diversas frentes de trabalho na China, houve desaquecimento da atividade de construção civil principalmente por conta da pandemia”, explica a economista Cristiane Mancini.
Impacto na Vale
A mineradora brasileira Vale, a segunda maior produtora de minério de ferro, pode ter expectativa de produção menor por causa da redução na demanda chineses, de acordo com Mancini.
As ações da mineradora (VALE3) acumulam queda de 8% em 2021 e, no mês de outubro, caem mais de 4%. “Se o preço da commodity cai, a reputação da empresa também cai”, explica a economista.
No balanço da companhia do terceiro trimestre de 2021, o lucro líquido de US$ 3,9 bilhões teve recuo de 48,7% na comparação com o trimestre anterior, quando registrou US$ 7,5 bilhões. A desvalorização na cotação do minério de ferro foi apontada pela Vale como o principal motivo do desempenho inferior.
Previsão de alta
As olimpíadas de inverno de Pequim de 2022 podem representar uma pressão altista para a cotação do minério de ferro, de acordo com Cristiane Mancini.
“Existe a expectativa de que esta cotação seja mantida em um nível de US$ 120 por tonelada por conta desse evento que demandará bastante minério de ferro para a montagem da estrutura”, explica.
Mancini também destaca o aumento recente de investimentos de companhias de mineração com o objetivo de atingir metas de redução de emissão de carbono, além de um menor impacto ambiental de suas operações.
Luciene Miranda é repórter especial na Elas Que Lucrem
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