As ações da BRF subiam hoje (5) na bolsa de valores de São Paulo, após o Credit Suisse elevar a recomendação do papel de neutra para ‘outperform’ e projetar uma melhora nos resultados da companhia, mesmo com a manutenção de pressão nos custos.
O preço-alvo para as ações da companhia foi elevado de R$ 22 para R$ 30.
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Por volta de 14h, os papéis da BRF avançavam 3,6%, após subirem até 5,4%, para R$ 23,63, o maior patamar intradiário desde 11 de novembro. O Ibovespa caía 0,69%.
O cenário para a empresa nos próximos trimestres segue desafiador no que tange aos custos, mas o preço atual da ação é um bom ponto de entrada, escreveu o analista do banco Victor Saragiotto, em relatório.
Saragiotto destaca que a execução da administração da empresa provou-se bem-sucedida e os resultados devem melhorar gradualmente.
O Credit elevou suas estimativas de receita para 2021 e 2022 em 14% e 20%, respectivamente, enquanto aumentou a projeção de Ebitda ajustado para R$ 5,3 bilhões em 2021 e R$ 6 bilhões em 2022.
Os custos derivados de soja e milho devem seguir elevados para 2022, após baterem recorde em 2021, o que deve fazer com que os resultados da companhia fiquem abaixo de seu potencial, aponta o relatório.
Entretanto, apesar dessa elevação nos preços das matérias-primas, iniciada em 2018 com a disputa comercial entre China e Estados Unidos, o banco afirma que está sendo positivamente surpreendido pelos resultados da BRF.
“Para o futuro, enquanto acreditamos que a pressão dos custos deve evitar uma recuperação forte das margens, vemos os números em patamares decentes.”
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Entre os riscos para as projeções, o Credit cita uma apreciação do real frente ao dólar, já que a empresa tem cerca de 50% da receita líquida no mercado internacional, uma recuperação morna da demanda interna e uma intensificação da competição no setor.
As ações de JBS, Marfrig e Minerva também subiam na bolsa nesta quarta-feira, ainda que com desempenho mais tímido. De pano de fundo, alguns relatórios sobre o setor foram divulgados nos últimos dias por bancos incluindo o BTG Pactual e o Bank of America.
A BRF acumulou alta de pouco mais de 2% em 2021, mas vive um momento mais positivo na bolsa, com alta de cerca de 14% desde que propôs aos seus acionistas um aumento de capital por meio da emissão de 325 milhões de ações, em meados de dezembro.
A medida, que precisa ser aprovada em assembleia geral de acionistas marcada para 17 de janeiro, levou analistas e participantes do mercado a especularem se a Marfrig, que é acionista, pretende adquirir o controle acionário da BRF sem o risco de desencadear a cláusula de “poison pill”.
(Com Reuters)
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