Crédito cresce 16,5% em 2021 com recorde de endividamento das famílias

Crescimento acontece em meio ao aumento nas taxas de juros cobradas pelos bancos
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O estoque de crédito no Brasil subiu 16,5% em 2021 na comparação com o ano anterior, puxado por maior endividamento das famílias mesmo diante da elevação significativa nas taxas de juros cobradas pelos bancos, divulgou o Banco Central hoje (28).

O saldo total de crédito subiu 1,9% em dezembro sobre novembro, fechando o ano em 4,684 trilhões de reais, o que corresponde a 54,0% do Produto Interno Bruto (PIB).

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O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que houve uma inversão nos fatores que mais impulsionaram o crédito.

Depois de crescer 21,8% em 2020, o saldo de crédito na mão de pessoas jurídicas subiu 11,1% em 2021, uma perda de força explicada pelo grande volume de programas de crédito para estimular empresas no primeiro ano da pandemia. O saldo das pessoas físicas, por sua vez, foi de uma alta de 11,2% em 2020 para elevação de 20,8% no ano passado.

O movimento colaborou para um resultado recorde do endividamento das famílias, que fechou o ano em 51,2%, o maior patamar da série histórica iniciada em 2005. No acumulado do ano, a alta foi de 9,2 pontos percentuais nesse índice, que mede a relação entre o saldo da dívida e a renda familiar acumulada em 12 meses.

O maior endividamento é observado em um cenário de desemprego ainda elevado e de uma inflação alta que tem corroído o poder de compra das famílias.

A taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras, que vem acompanhando o aperto monetário promovido pelo Banco Central para controlar a inflação, encerrou 2021 em 33,9% –no fim de 2020, estava em 25,5% ao ano. O nível é o mais alto desde o início da pandemia, ficando abaixo do patamar observado em fevereiro de 2020, de 34,1% ao ano.

Os dados referem-se ao segmento de recursos livres, em que o custo dos financiamentos é estabelecido pelas instituições financeiras sem interferência do governo.

A taxa Selic, que iniciou o ano no patamar mínimo histórico de 2% ao ano, subiu 7,25 pontos percentuais ao longo de 2021, atingindo 9,25% no último encontro do Comitê de Política Monetária, em dezembro. O colegiado já indicou que deve promover uma nova elevação de 1,5 ponto na taxa na reunião de fevereiro.

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“Houve um aumento generalizado nas taxas de juros”, disse Rocha.

Apesar da elevação do custo, o nível de inadimplência permanece praticamente estável, encerrando dezembro em 3,1%, mesmo nível observado em novembro. No acumulado do ano, a alta total foi de 0,2 ponto percentual.

Em 2021, também houve crescimento no spread bancário, a diferença entre o custo de captação de recursos pelas instituições financeiras e o que elas cobram dos clientes na concessão do crédito.

O patamar do spread nas operações com recursos livres ficou em 23,7 pontos percentuais em dezembro, contra 23,0 pontos em novembro. No ano, a alta acumulada foi de 2,8 pontos.

Pessoas físicas

Em relação ao crédito oferecido a pessoas físicas, o BC afirmou que o destaque na subida dos juros médios em 2021 foi para o rotativo do cartão de crédito, que ficou em 349,6% ao ano em dezembro, uma alta de 21,8 pontos percentuais em 12 meses. O patamar é o mais elevado desde agosto de 2017, quando ficou em 392,3% ao ano.

A taxa do parcelado do cartão de crédito, por sua vez, subiu 19,6 pontos percentuais em 2021, a 168,5% ao ano.

Foi registrada ainda uma elevação de 12 pontos percentuais na tarifa do cheque especial, que fechou 2021 em 127,6% ao ano.

O crédito pessoal não consignado também está entre as maiores altas do ano. A taxa média subiu 10,8 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 85,2% em dezembro.

(Com Reuters)

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