Dólar fecha em alta, mas força das commodities blinda real de turbulência geopolítica na semana

Moeda norte-americana chegou a subir 1,02%, finalizando o dia a R$ 5,07
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O dólar fechou em alta de 1,02% contra o real hoje (4), com investidores recompondo parte das posições em dia de rali global da moeda norte-americana, reflexo da busca por segurança diante do recrudescimento das incertezas acerca da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Ainda assim, o dólar acumulou baixa na semana, com o real beneficiando-se da alta quase em linha das commodities, que caminham para fechar a melhor semana em anos.

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O dólar à vista terminou esta sexta cotado em R$ 5,0783, ante R$ 5,0268 da véspera. Na máxima de mais cedo, foi a R$ 5,102. Na quarta-feira da semana passada, chegou a operar na faixa de R$ 4,99.

O câmbio sentiu nesta sessão a força global do dólar. A moeda norte-americana saltava cerca de 1% ante um grupo de rivais de países ricos, puxada pelo mergulho do euro abaixo de US$ 1,10.

Os movimentos eram resultado da combinação entre uma economia europeia mais vulnerável à crise envolvendo a Rússia e a hipótese de que a divergência de política monetária continuará a impulsionar o dólar – reforçada por dados que mais cedo mostraram geração de empregos nos EUA em fevereiro bem acima do esperado.

Na semana, o índice do dólar saltava 2,1%, maior alta desde as semanas seguintes à declaração da pandemia de Covid-19, em 2020.

Mas contra o real o dólar não teve êxito na semana encurtada pelo Carnaval, na qual a cotação recuou 1,51%. A taxa de câmbio seguiu amparada pela leitura de que os ativos de mercados emergentes exportadores de commodities – caso notório do Brasil – serão beneficiados pela força das matérias-primas, pelo menos em situação de impactos controlados da guerra sobre a economia mundial.

Segundo o Goldman Sachs, o beta (a sensibilidade) do real aos preços do petróleo é das mais altas entre as moedas consideradas pelo banco – junto com a coroa norueguesa. O petróleo tipo Brent fechou esta sexta no maior patamar desde fevereiro de 2013, a US$ 118,11 por barril.

O Barclays chama atenção para o choque “positivo” ao câmbio decorrente do aumento dos termos de troca (de forma geral, razão entre preços de exportação e importação), com 68% das exportações brasileiras compostas por commodities, e lembrou ainda chances de juros mais altos no Brasil à medida que as pressões inflacionárias aumentam.

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O Barclays segue com estratégia no mercado de opções conhecida como “seagull”, que, no caso, lucra caso o dólar se mantenha abaixo de R$ 5,23 – ou seja, a taxa seria uma espécie de teto para a moeda norte-americana neste momento.

Para o ex-diretor do Banco Central Tony Volpon, parte do processo de apreciação recente do real reflete fatores estruturais, e ele não descarta a possibilidade de a taxa de câmbio retornar a patamar abaixo de R$ 5 à frente.

“O dólar vai ficar por aí (taxa de câmbio rondando R$ 5), mas não vejo por que não trabalhar em R$ 4 e alguma coisa. É bem possível, não vejo nenhum problema nisso”, disse.

Em 2022, o dólar se desvaloriza 8,88%, o que deixa o real isolado no posto de divisa com melhor desempenho no período.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou em 2021 crescimento de 4,6%, maior taxa desde 2010, quando houve expansão de 7,5%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado surpreendeu positivamente o mercado, mas não alterou de forma significativa as perspectivas menos favoráveis para este ano, segundo economistas.

(Com Reuters)

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