Dólar tem queda acentuada ante real com foco em Ptax

Moeda acompanha a retração da divisa norte-americana no exterior de seus maiores patamares em 20 anos
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O dólar caía acentuadamente hoje (29), indo ainda mais abaixo dos R$ 5, acompanhando a retração da divisa norte-americana no exterior de seus maiores patamares em 20 anos, em sessão que tende a ser volátil devido à formação da taxa Ptax de fim de mês no mercado doméstico.

Às 10h28 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,84%, a R$ 4,8985 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,93%, a R$ 4,8950.

A baixa estava em linha com a ampla desvalorização do dólar no exterior, com seu índice frente a uma cesta de pares fortes caindo 0,4% nesta manhã, em um movimento de ajuste depois de na véspera ter tocado seus níveis mais fortes desde 2002 em meio à ampla expectativa de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, acelerará o aperto monetário a partir de sua próxima reunião, na semana que vem.

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Dados desta sexta-feira, mostrando que a inflação medida pelo índice preferido do Fed acelerou à maior taxa anual desde 1982 em março, devem reforçar essas perspectivas de maior agressividade da autoridade monetária, embora não tenham impedido o recuo do dólar no dia.

Jefferson Rugik, diretor-executivo da Correparti Corretora, também chamou a atenção nesta sexta-feira para o movimento de recuperação de moedas emergentes e ligadas às commodities –como peso mexicano, peso chileno e rand sul-africano–, que parecia dar amparo ao real.

Além do exterior, que ditava a baixa do dólar por aqui, a pressão de agentes com posições vendidas na moeda norte-americana em meio à “briga” da Ptax dava fôlego adicional ao real, afirmou Rugik.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central, que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, o que pode levar a alguma volatilidade nos mercados.

Alguns investidores também têm apontado um movimento de ajuste para baixo no preço do dólar desde quarta-feira, depois que a moeda saltou mais de 8% em apenas três dias, entre sexta e terça passadas. É natural, depois de oscilações expressivas na cotação do dólar, haver correções técnicas.

Apesar da desvalorização desta manhã, o dólar ainda estava a caminho de registrar alta de 2,7% em abril, o que representaria seu primeiro ganho mensal contra o real desde outubro do ano passado.

O dólar vinha de um início de ano fraco contra o real, e registrou sua pior queda trimestral desde 2009 entre janeiro e março deste ano, antes de recobrar fôlego em abril, em linha com uma disparada da divisa norte-americana no exterior.

O dólar ainda acumula queda de 12% contra a moeda brasileira em 2022, embora suba cerca de 6% em relação aos menores patamares do ano, em torno dos 4,60 reais.

Na quinta-feira, o dólar spot fechou em queda de 0,56%, a 4,9402 reais.

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de junho de 2022.

(Com Reuters)

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