Gerir um patrimônio de alto valor requer mais do que educação financeira. Grandes fortunas são, geralmente, compostas por ativos muito diversificados, cada um deles com suas próprias características, regulamentação e regimes tributários.
Para dar conta dessa complexidade é que surgiu o wealth management – gestão de riquezas, em português. O serviço de consultoria, prestado por bancos e corretoras, consiste na administração, por uma equipe multidisciplinar, de patrimônios elevados – normalmente acima de R$ 2 milhões – de pessoas físicas e jurídicas interessadas em aumentar e perpetuar sua riqueza. O time encarregado do trabalho precisa ter um conhecimento que vai além do mercado financeiro: setor imobiliário, impostos e legislação são algumas das expertises necessárias para os profissionais que lidam com isso.
Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!
Eles também precisam ter em mente, com muita clareza, quais são as metas dos clientes, que podem ir do planejamento da aposentadoria até o investimento em novos negócios. “O ponto mais importante é o alinhamento de interesses e o trabalho focado exclusivamente no sucesso de cada cliente”, explica Carolina Giovanella, sócia-diretora da Portofino Multi Family Office.
A especialista explica que esse tipo de consultoria pode atender pessoas, famílias e empresas, e que possui três objetivos principais: preservar, ampliar e transmitir o patrimônio e legado familiar às próximas gerações, de maneira customizada e exclusiva para cada contratante.
A administradora aponta que o serviço é uma opção para quem, além de ter um alto valor reservado, não possui conhecimento, tempo ou disciplina para gerir seu patrimônio. Ela conta, ainda, que após a pandemia de Covid-19, a procura por esse tipo de consultoria aumentou. O motivo, segundo Carolina, é a complexidade do cenário econômico que se formou no período e tornou mais evidente a necessidade da gestão patrimonial.
As atribuições do gestor abrangem a captação das informações necessárias para criar o planejamento financeiro e a realização, periódica, de revisões e consultorias. Além disso, esses profissionais também gerenciam os riscos, cuidam da carteira de investimentos, oferecem assessoria jurídica, contábil e bancária, criam planejamentos familiares e são responsáveis, ainda, por administrar contas bancárias e a custódia dos recursos.
Diferenças de atuação
Algumas empresas atuam apenas como uma consultoria, ou seja, aconselham as decisões que acham que o cliente deve tomar para reduzir os riscos e fazer o patrimônio se valorizar. Outras oferecem o serviço de gestão ativa da riqueza, possuindo, inclusive, autorização para comprar e vender ativos quando acharem necessário, de acordo com a estratégia adotada. Ambas, claro, cobram pelo serviço, sendo que, no segundo caso, o custo é maior, já que o escopo de trabalho também é mais abrangente, além de incluir, muitas vezes, os valores operacionais das transações.
Segundo os especialistas de mercado, a melhor maneira de escolher um serviço desse tipo é por meio da comparação, sempre levando em conta os objetivos previamente definidos. “Enquanto as instituições tradicionais possuem modelos de negócios baseados na venda de produtos de investimento e soluções de prateleira, os multi family offices [MFO] se distinguem pela abrangência, profundidade, independência e customização dos serviços prestados”, diz.
Ela explica, ainda, que há duas diferenças bastante relevantes ao comparar os dois tipos de instituições. A primeira se refere ao sistema de remuneração, que nos MFOs deriva de uma taxa previamente negociada com o cliente, ao contrário do que pode acontecer em outras instituições. A segunda é que, por haver um conjunto de clientes sob a mesma gestão, podem existir oportunidades de negócios entre eles, assim como acesso a produtos restritos a investidores institucionais.
Como escolher a melhor instituição de wealth management
Além de comparar as ofertas disponíveis no mercado de prestação do serviço de wealth management, outra dica na hora da escolha é pesquisar sobre a empresa e os profissionais que atuam nela, afinal, confiança é a palavra de ordem num negócio como esse.
Vale, ainda, observar os resultados conquistados para outros clientes e o relacionamento mantido com eles. Assim, é possível ter uma ideia mais concreta sobre como a empresa atua. Também é essencial avaliar se ela garante a segurança da quantia gerida e oferece personalização suficiente, ou seja, capacidade de atender aos objetivos do contratante.
Carolina recomenda, ainda, que os interessados façam uma análise da qualificação dos profissionais e da estrutura da empresa em relação à tecnologia, acesso a produtos e proximidade do atendimento. Essa etapa é importante para evitar que os interesses do cliente estejam desalinhados ao que é oferecido pelos escritórios de gestão de patrimônio.
Fique por dentro de todas as novidades da EQL
Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente