Ambição por poder e desprezo pelo futuro

Notícias quentes sobre o mercado financeiro, por Luciene Miranda
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A bolsa brasileira abriu apenas com desconfiança nesta quinta-feira (4). Não começou negócios com aquele mau humor visto em sessões anteriores.

O Ibovespa começou o pregão com baixa moderada mostrando que o mercado acabou assimilando o fato do governo não cumprir o compromisso fiscal de controle de gastos assumido nas eleições de 2018. Diante da possibilidade de chegar às eleições de 2022 com baixa popularidade, escolheu o caminho do endividamento.

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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, aprovada durante esta madrugada na Câmara dos Deputados em 1º turno, dá licença para o governo gastar R$ 91,6 bilhões a mais em 2022. Em outras palavras, o governo fez uma manobra política envolvendo deputados para ter mais despesas do que arrecadação. Todos nós sabemos o que acontece quando gastamos mais dinheiro do que temos, não?

O texto da PEC ainda passará por 2º turno de votação na Câmara antes de seguir para o Senado para outras duas rodadas de votação. Por ora, além de incluir o benefício Auxílio Brasil de R$ 400 mensais para 17 milhões de famílias até o final de 2022, prevê também o auxílio diesel para caminhoneiros e R$ 10 bilhões de verba para deputados, dos quais R$ 5 bilhões serão destinados ao fundão eleitoral.

Como a aprovação desta PEC já envolveu muitas negociações e conseguiu adesão até de partidos oposicionistas a exemplo do PDT e Solidariedade, eu não me admiraria se o texto ainda sofresse mais alterações para as próximas votações, sempre atendendo aos interesses dos políticos envolvidos nestas discussões. As mudanças, possivelmente, vão aumentar ainda mais o valor da “licença para gastar”, conforme o ministro Paulo Guedes classificou a PEC.

A questão é sobre que país queremos para o futuro? Uma nação endividada, refém de empréstimos externos, indústria fraca e população empobrecida? Ou uma nação soberana, com as finanças equilibradas e bom atendimento aos cidadãos nos serviços públicos e benefícios?

Os investidores em ativos brasileiros estão acostumados com a instabilidade do país e precificam este risco para lucrar. Por isso, embora o mercado tenha presenciado pregões de extremas baixas do Ibovespa, chega uma hora que o mau humor tem que acabar.

O grande problema agora é um país fragilizado em dívidas já para 2022 e para as futuras gerações.

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