Meu primeiro ano nos EUA foi… “plantando sementes”!

Aprender coisas novas exige o uso da força das características e talentos que já temos
avatar Gisele Abrahao
Gisele aplicou em várias universidades de Washington, capital dos Estados Unidos

Como é importante entendermos de verdade, que na hora certa independentemente da trajetória, realmente colhemos o que plantamos. Aproveitando a semana do Thanksgiving, o celebrado feriado norte-americano, vou dividir com vocês um pouco do meu primeiro ano nos Estados Unidos. 

Imagino que muitos já conheçam a história sobre o dia de Ação de Graças que acontece toda quarta quinta-feira do mês de novembro. No começo, antes de ser considerado feriado nacional, o dia era destinado para celebrar e agradecer as boas colheitas realizadas no ano. 

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Hoje, sempre entre família e amigos, as pessoas aproveitam para agradecer o que consideram importante acontecimentos e conquistas à sua volta, com muita comida boa, partidas de futebol americano e friozinho que em algumas regiões normalmente aparece e avisa a chegada do inverno.

Sempre gostei deste feriado, não tanto pela comida pois não sou muito fã de peru, mas pelo conceito histórico do mesmo. Adoro ver que pessoas celebravam colheitas, valorizando o trabalho feito e resultados atingidos com o plantio de sementes. Acredito que este, é sem dúvida um dos mais poderosos conceito que sigo: “é semeando que colhemos os frutos!”. Somos sim responsáveis pelos nossos resultados e devemos nos guiar por isso.

Mas voltando ao meu primeiro ano nos EUA, onde cheguei sem falar inglês, sem dinheiro para esbanjar mas com muita vontade de aprender e realmente me desenvolver ainda mais pessoal e profissionalmente, entendi rapidamente que teria que “plantar” minhas sementinhas e usar de algumas (ou muitas) habilidades que tinha para alcançar os resultados que almejava.

Gisele e Jill há 15 anos e ontem (Foto: Arquivo Pessoal)

Assim que cheguei e me inscrevi em aulas de inglês, tive a sorte e o privilégio de ter como professora uma pessoa incrível que virou uma das minhas melhores amigas e mulher que sempre admirei muito (Jill Donoho). Além de ter basicamente minha idade, ela também gostava de happy hours – quase diários – e de conversar sobre tudo e todos. Uma pessoa incrivelmente aberta e interessada em outras culturas, extremamente acolhedora, com excelente senso de humor, e que sem dúvida, é uma linda ilustração da generalização errada que fazemos aqui sobre os norte-americanos. Bom, posso dizer com muita certeza que por mais que meu inglês não estivesse bom ainda depois de seis meses de EUA… eu sem dúvida conseguia me comunicar… de um jeito ou de outro.

Preciso confessar que sou um pouco apressadinha… sem muita paciência para dar tempo para as coisas, e foi assim, que enquanto tentava aprender a língua, apliquei como candidata de MBA em várias universidades de Washington DC, estado de Virgínia e de Maryland… região onde eu estava morando. 

Depois de ter sido recusada em todas as universidades que apliquei para fazer o MBA porque no GMAT (prova que precisamos fazer para entrar na graduação) praticamente zerei no inglês, fui persistente e com uma confiança apoiada no fato que eu havia gabaritado em matemática, (habilidade sem dúvida conquistada com meus pais professores da matéria) pedi uma reunião presencial com o Diretor Geral (Dean) da Marymount University. 

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Para minha surpresa ele aceitou me encontrar, e com muita tranquilidade pois o não eu já tinha, fui colher o sim! Depois de alguns minutos de conversa, onde ele viu claramente que eu ainda não tinha o inglês necessário para cursar um MBA, eu o convenci – talvez também por uma capacidade incrível de argumentação que tenho, a me deixarem entrar no curso com a condição que eu tiraria somente A (nota máxima). Para muitos isso poderia ser brochante, mas para mim foi um desafio lançado e aceito! 

O próximo passo foi parar para entender todo o cenário e analisar minha melhor estratégia de ação. Acredito que para termos fôlego de aprender coisas novas, precisamos sempre usar da força de características e talentos que já temos para ficarmos em uma situação de certa forma confortável, para podermos abraçar o novo. Tenho aptidão lógica e facilidade com números e assim me inscrevi em todas as matérias que estes itens seriam o foco – finanças e contabilidade!

O primeiro semestre terminou e eu consegui nota “A” em todas as disciplinas. Não só recebi uma mensagem de parabenização da diretoria da universidade, mas também me estenderam bolsa de estudo e possibilidade de trabalhar no campus durante todo meu curso.

Volto no Thanksgiving para acabar esse post enfatizando a necessidade de realmente entender o significado de plantar para colher, de confiar no trajeto e em suas habilidades. Agradecer por tudo o que faz parte de sua jornada, pois com certeza um dia entenderá o porquê estava lá!

Agora um conselho: viaje sempre que puder… da maneira que for!

Gisele Abrahão é uma viajante do mundo, empreendedora consciente, criadora do prêmio Impactos Positivos e idealizadora da plataforma Lugares pelo Mundo.

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