A Petrobras cedeu ao governo

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A pressão do presidente foi grande até que o CEO da Petrobras Joaquim Silva e Luna, nomeado pelo próprio Bolsonaro em abril deste ano, acabou cedendo na política de preços da estatal.

Hoje, a Petrobras anunciou uma redução de 3% no preço da gasolina nas refinarias a partir de amanhã (15). A queda média no preço será de R$ 0,10 por litro, com preços nas distribuidoras que passam de R$ 3,19 a 3,09. O valor do diesel não sofreu reajuste.

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Na bolsa, a reação das ações da Petrobras foi imediata. Recuo nos ganhos com a interferência política na gestão da empresa.

No início da tarde, as ações preferenciais PETR4 tinham ligeira queda de 0,03% a R$ 29,46 e as ações ordinárias PETR3 caíam 0,41% a R$ 31,33.

Desde que tomou posse em substituição a Roberto Castello Branco – retirado do cargo por Bolsonaro também por divergências em relação à política de preços – Silva e Luna defendeu o alinhamento dos preços domésticos com as cotações internacionais do petróleo.

Com a prerrogativa de ser militar nomeado pelo presidente ao cargo, foi firme ao longo de 2021. Mas resolveu não levar esta queda de braço para 2022.

De tanto pressionar a Petrobras com declarações públicas sobre interferência no preço dos combustíveis, Bolsonaro provocou não só fortes quedas nas ações, mas também três processos administrativos na Comissão de Valores Mobiliários, a CVM – o xerife do mercado financeiro.

Como o acionista majoritário – o governo – pode provocar estas oscilações bruscas no ativo da bolsa com seus comentários? Nenhuma empresa de capital aberto – com ações na bolsa de valores – pode provocar estes movimentos com o mercado em operação. Tanto que os fatos relevantes com informações sobre as companhias são divulgados antes das 10h da manhã e após as 18h da noite, fora do horário de pregão.

A Petrobras, que tanto vem trabalhando para enxugar o portfólio e corrigir as distorções do passado com a corrupção, volta a ter interferência política.

Daí, para a empresa retornar ao seu passado de uso intensivo pela máquina governamental em detrimento da boa gestão trata-se apenas de uma questão de tempo.

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