Em seu discurso de Ano Novo, o Papa Francisco fez um apelo: “A Igreja é mãe, a Igreja é mulher”, disse ele. “Enquanto as mães dão vida e as mulheres salvam o mundo, devemos todos trabalhar para promover as mães e proteger as mulheres. Quanta violência existe contra a mulher! Chega! Machucar uma mulher é ultrajar a Deus, que tirou a humanidade de uma mulher”, concluiu.
Esse discurso tem uma importância tamanha que é até difícil de mensurar. Isso porque uma das formas de opressão contra as mulheres está ligada às ordens religiosas. Os padrões de submissão nos colocam em um lugar de extrema vulnerabilidade. Quantas vezes mulheres clamam por ajuda e recebem orientações para que sejam pacientes e esperançosas sobre a mudança do agressor?!
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Assim, independentemente da religião, ter um líder religioso que fala mundialmente, clamando pelo fim da violência de gênero, é de grande importância para a nossa luta. Certamente já conquistamos muito ao longo do tempo, mas os números mostram que ainda há muito por fazer.
De acordo com a pesquisa “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher 2021”, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, a maioria das brasileiras – 86% – percebeu um aumento na violência cometida contra pessoas do sexo feminino durante o último ano.
Desejamos nesse 2022 que as mulheres ocupem o lugar que elas quiserem, que os corpos femininos não sejam violados, que meninas possam ter sua infância respeitada. Enfim, muitos são os nossos desejos e, para que eles se tornem cada vez mais concretos, devemos seguir juntas nessa jornada!
Feliz 2022!
Hellen Moreno é advogada especializada em causas femininas
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