O custo de um sonho: quanto custa casar?

A indústria do casamento ainda é bastante lucrativa, e é preciso pesquisar muito para fazer o sonho caber no orçamento.
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A indústria do casamento ainda é bastante lucrativa, e é preciso pesquisar muito para fazer o sonho caber no orçamento

A psicóloga Bruna Silva sonhava em entrar na igreja vestida de branco, ao som de uma orquestra e com centenas de convidados observando sua caminhada até o altar. Porém, ao se deparar com algumas contas, precisou cortar o sonho ao meio para caber no orçamento. Dados do IBGE apontam que o número de casamentos caiu 2,7% em 2019, quarto ano seguido de queda.

Ainda assim, festas de casamento são um mercado milionário: de acordo com a plataforma Casar.com, foram estimadas 480 mil festas no país, que movimentaram R$ 28 bilhões de reais em 2023. “Casamentos são muito inflacionados, tudo o que você vai fazer custa dez, 20 vezes mais do que se fosse para um evento qualquer. Mas falou que é para casamento, o mesmo arranjo de mesa vai sair de 50 para 100 reais com facilidade”, conta Bruna.

Realmente, a indústria do casamento ainda é bastante lucrativa, e é preciso pesquisar muito para fazer o sonho caber no orçamento. Ou fazer algumas concessões, como fizeram Bruna e o noivo Gustavo Marino. “É importante para mim ter uma festa legal, mas mais importante é termos dinheiro para investir no apartamento que estamos comprando e que ainda vai precisar de muita coisa”, conta Gustavo.

Quanto custa casar?

A cerimonialista Marcela Martelli aponta que o custo de um casamento pode variar significativamente dependendo de diversos fatores, como localização, tamanho da festa, escolha do local, número de convidados, estilo e preferências pessoais dos noivos. “É importante que eles tenham em mente quanto desejam investir na celebração, de forma bem realista, e ter flexibilidade para abrir mão de algumas coisas que não caibam no orçamento”, explica.

Alguns dos principais custos envolvidos em um casamento incluem:

  1. Local da cerimônia e recepção: Isso pode representar uma parte significativa do orçamento, especialmente em locais populares para casamentos.
  2. Alimentação e bebida: Custos relacionados à comida e bebida para os convidados.
  3. Vestuário: Isso inclui o vestido da noiva, traje do noivo, trajes dos padrinhos e madrinhas, etc.
  4. Decoração e flores: Custos relacionados à decoração do local da cerimônia e da recepção, bem como buquês e arranjos florais.
  5. Fotografia e vídeo: Contratar fotógrafos e videógrafos profissionais para capturar os momentos especiais do casamento.
  6. Música e entretenimento: Isso pode incluir DJ, banda, músicos para a cerimônia, etc.
  7. Convites e papelaria: Custos relacionados à criação e impressão de convites, programas, cartões de agradecimento, etc.
  8. Planejador de casamento: Alguns casais optam por contratar um planejador de casamentos para ajudar a organizar todos os detalhes.

Nas grandes cidades brasileiras, uma cerimônia mais intimista pode custar a partir de R$ 1.200,00 por pessoa, um custo de R$ 120 mil reais para 100 convidados, enquanto uma festa mais completa chega a R$ 2.500,00 por pessoa, elevando o custo para R$ 250 mil.

Para se casar no cartório, os valores variam de estado para estado, ficando entre R$ 350 a 1.400 reais para o casal.

Custos de igreja também variam de acordo com o local e data escolhidos, que pode ser entre R$ 700 e R$ 12.000.

Casar para dividir

Além de pensar na festa, é preciso também pensar na vida a dois. Ao contrário do que muitos pensam, o casamento pode fazer bem para as finanças pessoais. Um estudo elaborado pela Universidade de Ohio, constatou que as pessoas que se casam (e se mantêm casadas) acumulam individualmente um patrimônio quase duas vezes maior do que uma pessoa solteira ou divorciada. É muito mais barato manter uma casa do que duas, a chamada economia de escala. Mas é sempre preciso estar atento ao tipo de união e acordos entre o casal.

Tipos de união

Antes de se casar, é recomendável que os noivos conversem abertamente sobre finanças. “Casamento é um contrato, e como tal, deve ter todas as cláusulas discutidas e esmiuçadas”, explica o psiquiatra e terapeuta de casal Juarez Costa.

Além disso, são previstos quatro regimes de bens: comunhão parcial de bens, Comunhão Universal de Bens, separação legal de bens (Separação Convencional de Bens e separação obrigatória de bens), e participação final nos aquestos.

  1. Comunhão Parcial de Bens 

Neste regime, os bens adquiridos antes do casamento e algumas aquisições feitas durante o casamento são considerados propriedade individual de cada cônjuge. No entanto, os bens adquiridos durante o casamento, bem como as dívidas contraídas durante esse período, são considerados propriedade conjunta dos cônjuges e são divididos igualmente em caso de divórcio ou falecimento.

  1. Comunhão Universal de Bens

Sob este regime, todos os bens e dívidas adquiridos por qualquer um dos cônjuges antes ou durante o casamento são considerados propriedade conjunta do casal. Isso significa que todos os bens e dívidas são compartilhados igualmente, independentemente de quem os adquiriu.

  1. Separação de Bens

Neste regime, os bens e dívidas de cada cônjuge permanecem separados e pertencem exclusivamente a eles, tanto antes quanto durante o casamento. Isso significa que cada cônjuge é responsável apenas por seus próprios ativos e dívidas, e não há compartilhamento de bens em caso de divórcio ou morte.

  1. Participação Final nos Aquestos

Este regime é uma combinação da comunhão parcial e da separação de bens. Os bens adquiridos antes do casamento e alguns adquiridos durante o casamento são considerados propriedade individual de cada cônjuge. No entanto, ao final do casamento, os cônjuges compartilham os bens adquiridos durante o casamento de acordo com uma proporção determinada pela lei.

Para além da festa

O casamento não é feito só da cerimônia. É essencial que as mulheres e seus parceiros tenham comunicação aberta e honesta sobre suas expectativas, valores, metas e desejos para o casamento. Compreender as necessidades e expectativas um do outro pode ajudar a estabelecer uma base sólida para um relacionamento saudável.

Além disso, manter uma certa autonomia financeira pode ser importante para as mulheres, mesmo depois do casamento. É fundamental discutir questões financeiras com o parceiro, estabelecer metas financeiras comuns e entender como as finanças serão gerenciadas no casamento. Fazer um seguro para si pode garantir suporte durante possíveis períodos de crise, tanto financeiras, quanto emocionais.

Muitas mulheres hoje em dia têm carreiras profissionais e aspirações pessoais. É importante discutir com o parceiro como conciliar as responsabilidades profissionais e familiares de forma equilibrada. Tão importante quanto isso, é cuidar da saúde física, mental e emocional, reservando tempo para o autocuidado.

Manter uma rede de apoio composta por amigos, familiares e outros entes queridos pode ser valioso durante os desafios e transições que ocorrem ao longo do casamento. Ter pessoas em quem confiar e com quem compartilhar experiências pode oferecer suporte emocional e prático.

O casamento é uma jornada contínua de crescimento e desenvolvimento pessoal e do relacionamento. É importante continuar investindo tempo e esforço no relacionamento, buscando maneiras de fortalecer a conexão emocional e a intimidade com o parceiro ao longo do tempo.

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