Inciclo abre a primeira loja física de coletores menstruais do Brasil

Com o objetivo de aproximar ainda mais as mulheres do cuidado com a saúde íntima, o espaço será inaugurado hoje (14) em São Paulo
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Divulgação
Mari Betioli. (Foto: Divulgação)

“Se online já conseguimos nos conectar tanto, imagina juntas de verdade?”, pergunta Mariana Betioli, fundadora da Inciclo, referindo-se ao primeiro espaço físico da marca, inaugurado hoje (14), no Morumbi Shopping, em São Paulo. “Nosso objetivo é ter um lugar onde as mulheres se sintam acolhidas nesse processo de autoconhecimento e possam descobrir mais sobre seus corpos, seus ciclos e sobre os nossos produtos, desenvolvidos para ajudar no cuidado com a saúde íntima.” 

À frente da primeira marca de coletores menstruais do Brasil – criada ainda em 2010 –, Mariana se orgulha, mais uma vez, de seu pioneirismo no setor de bem-estar feminino: é a primeira vez que um espaço físico focado apenas em coletores menstruais é inaugurado no país. Para a empreendedora, esse é um passo gigantesco para o combate ao estigma negativo que a menstruação carrega. 

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Quando a marca foi criada, poucas pessoas entendiam como um coletor menstrual funcionava. Foi apenas em 2015, após cinco anos de trabalho árduo, que o primeiro boom sobre o assunto surgiu. De lá para cá, o tema se popularizou, atingindo o seu auge durante a pandemia. “Triplicamos o volume de vendas no primeiro trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período de 2020”, revela Mariana. Só nos primeiros seis meses deste ano, o crescimento foi de 156%. “Atribuímos essa performance ao fato de as pessoas estarem mais tempo em casa, dispostas a conhecer coisas novas e cuidar melhor da saúde.” 

Com isso, cada vez mais mulheres conhecem o coletor e entendem que o período menstrual não precisa ser recheado de desconforto e vergonha. Quando a Inciclo foi fundada, o absorvente era escondido na cesta da farmácia como se fosse algo sujo. Hoje, as clientes da marca sentem-se confortáveis para tirar fotos com o copinho e postar nas redes sociais. Com um espaço físico, Mariana espera que as consumidoras encontrem um espaço ainda mais livre de estigmas e tabus. 

“Como sempre tivemos a educação como parte essencial do negócio, estávamos prontas para essa aproximação. Foi aí que veio a ideia de ter um espaço físico num shopping de grande movimento”, explica. O trabalho de conscientização, que sempre foi um dos pilares da empresa, também será fortemente explorado na loja física, já que muitas mulheres ainda possuem dúvidas sobre o uso do coletor. 

Formada em Obstetrícia – categoria que foca na saúde e no cuidado da mulher antes e durante a gravidez, no parto e no pós-parto – e mais de uma década de atuação na área, Mariana sabe o quanto é necessário falar abertamente sobre menstruação. Em rodas de conversa com mulheres – muitas vezes em projetos sociais nas periferias e comunidades ribeirinhas -, é comum ouvir dúvidas básicas da anatomia feminina. “Algumas acham que não vão conseguir urinar utilizando um coletor. Outras dizem que gostaram do produto, mas que o marido não as deixa usar. Ainda há um grande atraso sobre a autonomia do nosso próprio corpo”, revela. Com 280 mil seguidores no Instagram, a marca faz questão de usar a rede social para produzir conteúdos explicativos e lives interativas para tirar dúvidas. É com esse mindset que o espaço físico vai nascer. 

Além do bem-estar feminino, o coletor também tem um papel importante no meio ambiente. Segundo o instituto de pesquisas Akatu, durante a vida, uma mulher pode acumular cerca de 100 quilos de lixo somente em absorventes descartáveis, sendo que 90% desse material é plástico e demora mais de 400 anos para se decompor. Já o copinho tem três anos de vida útil, e tem capacidade de coletar sangue por cerca de 12 horas por dia durante o ciclo menstrual. Feito com 100% de silicone, é maleável e capaz de se adaptar à parede da vagina sem gerar incômodos. Durante o uso, a mulher pode até ir à academia, nadar ou se exercitar. 

Para Mariana, o fim da associação negativa com a menstruação é o caminho para normalizar algo essencialmente natural. “O espaço físico é mais um lugar de troca. Queremos ouvir para saber como podemos ajudar as mulheres”, conclui.

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