Dívida pública federal cresce 1,61% em maio e vai para R$ 5,17 trilhões

Com a emissão de títulos no mercado doméstico superando os resgates, o colchão de liquidez do Tesouro aumentou de R$ 969,3 bilhões em abril para 1,036 trilhão em maio
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A dívida pública federal cresceu 1,61% em maio sobre abril, somando R$ 5,171 trilhões, em um mês de volume menor de vencimentos em que o Tesouro Nacional fez emissões acima da média para reforçar o seu caixa, mostraram dados divulgados hoje (28).

No mês, a dívida pública interna avançou 1,82%, para R$ 4,940 trilhões, com uma emissão líquida de R$ 58,3 bilhões. Já a dívida externa recuou 2,64%, a R$ 230,75 bilhões, com um resgate líquido por parte do Tesouro.

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Com a emissão de títulos no mercado doméstico superando os resgates, o colchão de liquidez do Tesouro aumentou de R$ 969,3 bilhões em abril para 1,036 trilhão em maio, valor suficiente para atender aos próximos 9,6 meses de vencimentos da dívida.

O coordenador-geral da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, afirmou que, além de ampliar o seu colchão, o Tesouro também tem procurado aproveitar as condições relativamente mais favoráveis do mercado, com a redução do risco país, para melhorar a qualidade das emissões, com a venda de papéis mais longos e de melhor perfil.

Ele negou que a preocupação em reforçar o caixa tenha relação com a expectativa de maior volatilidade no ano eleitoral de 2022. “A estratégia para 2022 não tem uma particularidade, é a mesma estratégia que o Tesouro já tem feito nos últimos anos, ter um colchão de liquidez que lhe permite, em momentos de maior volatilidade, calibrar sua presença no mercado de forma a não ser um fator adicional de pressão nos mercados”, afirmou.

A parcela da dívida vincenda em 12 meses recuou a 22,9% em maio, frente a 24,5% no mês anterior. Refletindo esse aumento de prazo, o custo médio do estoque do dívida pública acumulado em 12 meses aumentou para 7,34%, de 7,22% em abril.

Em relação à composição, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso na dívida pública federal, com participação de 35,39% do total, ligeiramente abaixo do 35,50% de abril.

Já os títulos prefixados, que dão mais previsibilidade à gestão da dívida, avançaram a 32,95% da dívida, ante 31,90% no mês anterior.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, recuaram para 26,95%, de 27,69%.

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna aumentou ligeiramente para 9,87% em maio, sobre 9,75% no mês anterior.

Reforma Tributária

Vital disse não esperar um encurtamento da dívida a partir da proposta do governo de adotar uma alíquota única de imposto de renda de 15% sobre os ganhos com fundos de investimento e renda fixa, acabando com a taxação maior para aplicações de menor prazo.

O técnico do Tesouro argumentou que a base de detentores da dívida é suficientemente diversa para que uma mudança dessa ordem não acarrete uma alteração significativa na demanda e ressaltou que qualquer eventual ajuste na estratégia seria comunicado no Plano Anual de Financiamento.

(Com Reuters)

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