O dólar caiu frente ao real hoje (20), embora tenha encerrado o pregão longe das mínimas do dia, com garantias vagas do governo de que as despesas com o Auxílio Brasil respeitarão a regra do teto de gastos amenizando, pelo menos por ora, preocupações dos investidores com a saúde das contas públicas.
O dólar à vista caiu 0,59%, a R$ 5,5624 na venda. Na mínima intradiária, a moeda norte-americana foi a R$ 5,5209, registrando queda de 1,33%.
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O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família, e garantiu – sem dar detalhes – que vai respeitar o teto de gastos públicos.
Na mesma linha de Bolsonaro, o ministro da Cidadania, João Roma, afirmou nesta quarta-feira que o governo busca um benefício transitório que fique dentro das regras fiscais – sem, no entanto, dizer explicitamente que as despesas adicionais com benefícios sociais ficarão dentro do teto.
Segundo participantes do mercado, o noticiário esfriou temores sobre possível pagamento do novo programa de transferência de renda parcialmente fora do teto de gastos, que, na véspera, levaram o dólar a saltar 1,35% contra a divisa brasileira, a R$ 5,5956 na venda, máxima para fechamento desde o dia 15 de abril deste ano (R$ 5,6276).
Apesar das promessas do governo e do alívio experimentado pelo real nesta quarta-feira, investidores seguem atentos a qualquer ameaça de desrespeito ao teto e às consequências que isso poderia representar para a credibilidade fiscal do país.
“Qualquer furo do teto de gastos em 2022 não está incorporado em nosso cenário e imporia imediatamente uma deterioração nas nossas previsões fiscais, com seus respectivos impactos secundários em outras variáveis”, alertaram estrategistas do Citi em relatório desta quarta-feira.
Após o fechamento do mercado à vista, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, na contramão da fala de Bolsonaro, que o governo avalia se o benefício temporário que irá vitaminar o novo Bolsa Família será pago fora do teto – o que demandaria uma licença para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões de reais – ou se haverá opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo.
Na esteira de seus comentários, o dólar futuro de maior liquidez, que é negociado além das 17h (de Brasília) devolveu boa parte das perdas registradas mais cedo, apresentando ligeira queda de 0,20%, a R$ 5,587 na venda.
Esta quarta-feira contou, pelo sexto pregão consecutivo, com intervenção do Banco Central no mercado de câmbio. Pela manhã, a autarquia vendeu os lotes completos de contratos de swap cambial tradicional ofertados em dois leilões – um extraordinário e outro previsto em calendário -, despejando no mercado futuro o equivalente a US$ 1,2 bilhão em dinheiro “novo”.
(Com Reuters)
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