Sempre que pensamos em investir nas ações de uma empresa, é necessário analisar sua trajetória. Isso vale, inclusive, para os casos em que ela é o principal player do seu setor e consumida por grande parte da população – caso da gigante de bebidas Ambev.
Só com essa “investigação” é possível entender se o seu investimento no negócio pode valer a pena.
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De uma cervejaria a um conglomerado
A Ambev nasceu, em 1999, da união entre as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica. Mas sua trajetória é formada por várias histórias paralelas que, em algum momento, se cruzaram para transformá-la na empresa que conhecemos hoje.
O primeiro registro de uma de suas marcas é de 1853, com a fundação da Bohemia, a primeira cervejaria do Brasil. Pouco mais de três décadas mais tarde, surgiu a Companhia Antarctica Paulista, em São Paulo.
Em 1888, o Rio de Janeiro presenciou a fundação da Manufatura de Cerveja Brahma & Villeger & Companhia. Em 1941, a Companhia Adriática vendeu a Cerveja Original para a Antarctica e, 20 anos depois, a companhia também assumiu o controle da Bohemia.
Em 2013, a empresa entrou na bolsa de valores e, hoje, conta com mais de 30 marcas de bebidas e presença em mais de 19 países. Atualmente, a companhia faz parte da Anheuser-Busch Inbev, conhecida como AB Inbev, que nasceu da união entre a Ambev, a belga Interbrew e a norte-americana Anheuser-Busch.
Setor de atuação
Apesar de a pandemia ter impactado negativamente a maioria dos setores da economia, o mercado cervejeiro conseguiu ser uma exceção e entregar resultados positivos. Em 2020, a produção nacional de cerveja apresentou um aumento de quase 3%.
Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, a expectativa de retomada econômica traz otimismo com a área de serviços relacionados ao mercado cervejeiro, como supermercados, restaurantes e bares. Dessa forma, as empresas podem experimentar um aumento da rentabilidade por meio desses canais.
Além disso, os analistas ressaltam que, com as festas no final do ano e o carnaval, a expectativa é de que a população aumente o consumo de bebidas.
Saúde financeira
No último trimestre, a Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,8 bilhões. O consolidado do ano, entre junho de 2020 e 2021, foi de R$ 14,5 bilhões.
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“Temos que pensar na Ambev sob dois aspectos. Primeiro, o crescimento de volume, que tem feito a companhia entregar bons resultados nos últimos trimestres. No entanto, existe a chance de a empresa não apresentar venha com um grande aumento no volume de vendas nos próximos trimestres, já que a empresa já cresceu bastante. Por outro lado, não é apenas o volume que explica o aumento da empresa. Esperamos ainda que haja um reajuste nos preços da cerveja e um aumento do portfólio de produtos”, continuam os analistas.
Segundo eles, a companhia ainda tem um espaço de crescimento considerável na América Latina – em produção e portfólio. E isso representa um potencial importante para os investidores.
A relação entre dívida bruta e patrimônio líquido é de 0,04, o que resulta num nível de endividamento ótimo para uma empresa desse porte. No entanto, a relação entre o preço e o lucro de cada ação (o famoso P/L) é considerada um pouco alta, de 16,36.
“Em relação aos pontos fracos, é interessante pensar no impacto que a empresa sofre com o dólar, pois a Ambev importa muitas matérias-primas e, com o dólar em alta, as ações da empresa podem sofrer no curto prazo”, dizem os especialistas.
Nos últimos 12 meses, a empresa pagou R$ 0,49 por ação aos seus acionistas.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada
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