O forte crescimento das despesas com pagamento de indenizações a segurados comprometeu a qualidade dos resultados da SulAmérica no terceiro trimestre, piora compensada em parte pelo efeito de créditos fiscais e de resultado financeiro.
A companhia que mescla operações de seguro de vida, fundos de previdência complementar e de recursos de terceiros, anunciou hoje (10) que teve lucro das operações continuadas de R$ 280,3 milhões, queda de 2% contra um ano antes.
Analistas, em média, esperavam lucro líquido de R$ 170 milhões para a SulAmérica no terceiro trimestre, segundo dados da Refinitiv. Por um lado, as receitas com seguros cresceram 5,3% ano a ano, para R$ 4,99 bilhões, com destaque para os ramos de seguros de vida e de acidentes pessoais.
Porém, o chamado índice de sinistralidade, que mede quanto da receita é gasta com pagamento de indenizações, deu um salto de 9,4 pontos percentuais, para 84,6%. Em vida e acidentes pessoais, esse índice disparou de 72% para 102%.
A SulAmérica atribuiu essa piora principalmente aos efeitos da pandemia da Covid-19, inclusive com a cobertura de óbitos ligados à doença, mas citou que esses indicadores tendem a voltar a níveis históricos nos próximos trimestres, à medida que a situação se normaliza.
A SulAmérica ainda teve queda de 28,4% nas receitas com produtos de previdência e de 18% nas obtidas com gestão de ativos, num período de forte volatilidade no mercado financeiro, com queda principalmente em fundos com ativos de renda variável.
A última linha do resultado só não foi mais fraca porque a empresa fez no trimestre o reconhecimento de créditos fiscais de R$ 234,8 milhões. Além disso, teve um salto de 513% na receita com sua carteira de ativos próprios, a R$ 110 milhões, refletindo o efeito da escalada da Selic nos últimos meses.
(Com Reuters)
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