Com a poupança rendendo 0,5% ao mês, saiba como investir para se proteger da inflação

Especialista dá dicas de como começar a montar uma carteira que renda mais do que a poupança
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Helen Vogt fala sobre poupança e investimentos
Helen Vogt, Sócia e Líder em Produtos e Alocação – Previdência da Blue3 | Crédito: Divulgação

No último mês de janeiro, o valor de saques da poupança foi o maior já registrado pelo Banco Central desde 1995, atingindo R$ 19,66 bilhões. O volume é bem alto quando comparado ao total sacado ao longo de todo o ano de 2021: R$ 35,5 bilhões.

De acordo com Helen Vogt, sócia e líder em produtos e alocação de previdência da Blue3, o número recorde pode ser explicado pelo momento do ano, quando muitas contas extraordinárias aparecem nos orçamentos familiares, como os gastos com materiais escolares e impostos, por exemplo. A especialista considera, porém, que esses saques não representam – ainda – uma tendência de migração do dinheiro para outros investimentos mais rentáveis.

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Mas, com a inflação em patamares bastante elevados – no acumulado em 12 meses, o índice já chega a 10,38% – e a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, também passando por um movimento de alta – 10,75% ao ano -, a especialista diz que o cenário oferece muitas oportunidades boas de investimentos para quem ainda não decidiu abandonar a caderneta de poupança.

Por que sair da poupança?

É comum ouvir por aí que a poupança não é um bom investimento, ou, até mesmo, que colocar o dinheiro nela é o mesmo que deixá-lo parado. Isso acontece porque o rendimento oferecido pela poupança é muito inferior a outros títulos, principalmente em um cenário de Selic elevada.

“O rendimento da poupança é calculado de acordo com o valor da Selic, mas, quando a taxa é superior a 8,5% ao ano, ele trava em 0,5% ao mês”, diz Hellen. Assim, pontua ela, outros títulos, atrelados ao CDI (taxa de juros praticada entre os bancos que acompanha a Selic), compensam mais.

Além disso, a especialista ressalta que os títulos que são atrelados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação oficial do país, também são uma boa opção para garantir o poder de compra do investidor, oferecendo proteção contra a desvalorização do dinheiro.

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Como construir uma carteira de investimentos sem a poupança?

Investimentos de curto prazo

Para Helen, bem como para a maioria dos analistas do mercado financeiro, o primeiro passo para a jornada de investimentos é a construção de uma reserva de emergência. “Ela tem que ser construída com algum título de liquidez diária, para facilitar o acesso ao dinheiro nos momentos de necessidade”, afirma.

A especialista considera que as melhores opções para montar uma reserva – que deve conter, pelo menos, o equivalente a seis meses de ganhos – são o Tesouro Selic, investimento que acompanha a variação da taxa básica de juros, e, no máximo, algum fundo de investimento sólido que ofereça liquidez diária.

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Investimentos de médio e longo prazo

Já para os investimentos de médio e longo prazo, aqueles que são mantidos para a conquista de objetivos que levam mais tempo, Helen reforça a necessidade de montar uma carteira bem estruturada, com ativos diversificados.

Ela considera que é sempre interessante ter uma parte da carteira alocada em algum ativo que acompanhe a inflação, seja um título de renda fixa atrelado ao IPCA ou um fundo multimercado consolidado, em que o gestor “vai saber a hora de aproveitar a alta da inflação”.

Sobre o mercado acionário, Helen pontua que este é um bom momento para investir, uma vez que muitos papéis ainda estão com valores bastante atraentes depois da forte desvalorização pela qual a bolsa de valores brasileira passou nos últimos meses de 2021. Tanto as ações de crescimento quanto as boas pagadoras de dividendos são opções interessantes para manter na carteira.

Por fim, a especialista destaca a importância de diversificar também com ativos internacionais, seja por meio de ETFs, BDRs ou outros títulos. Helen ressalta, no entanto, que os investimentos na renda variável devem ser focados no longo prazo, sempre respeitando o perfil de investidor, a fim de suportar as oscilações e conseguir melhores rendimentos.

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