Jade Picon pode deixar de faturar R$ 3 milhões se ficar confinada até a final do “BBB”

De acordo com estimativas da BRUNCH, a influenciadora fatura cerca de R$ 1 milhão por mês apenas com o Instagram
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Divulgação
Antes de entrar no “BBB”, Jade Picon já contava com cerca de 13 milhões de seguidores no Instagram (Foto: Divulgação)

Antes mesmo da estreia da 22a edição do “Big Brother Brasil”, a influenciadora Jade Picon já estava entre os assuntos mais comentados das redes sociais e da mídia brasileira apenas pelo fato de ser uma potencial participante do reality show. Na época, com cerca de 13 milhões de seguidores no Instagram, a jovem de 20 anos já tinha uma boa base de fãs e era conhecida pelo seu estilo de vida luxuoso, com muitas viagens e participação garantida nos eventos das grandes marcas.

Com atuação na internet desde a pré-adolescência, Jade tem contratos com empresas como L’Oréal, RayBan e Nina Ricci, além de comandar a sua própria marca de roupas, a JadeJade. Por isso, assim que seu nome entrou na lista de apostas para a nova edição do programa, muita gente ficou se perguntando por que alguém com um currículo tão extenso no mundo das celebridades faria algo assim?

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Segundo cálculo feito pela BRUNCH, agência full service que gerencia a carreira de influenciadores digitais, e revelado com exclusividade à Elas Que Lucrem, a instagrammer fatura cerca de R$ 1 milhão por mês apenas com publicidade nas redes e presenças vips. Se ficar confinada até a final do reality, ou seja, durante três meses, Jade pode deixar de ganhar até R$ 3 milhões em publis. Com esse montante em jogo – o dobro do prêmio de R$ 1,5 milhão oferecido pelo reality – a pergunta acima fica ainda mais difícil de responder.

“O ‘BBB’ é o maior programa de exposição da televisão. Ali, os ganhos de um influenciador extrapolam os ganhos financeiros”, explica Ana Paula Passarelli, fundadora da BRUNCH. “Parte do trabalho de uma figura pública é entender que a sua imagem precisa alcançar cada vez mais pessoas. Caso ela não passe por nenhum tipo de cancelamento, o aumento de popularidade em decorrência do reality será impactante para o crescimento dela.”

A partir do momento em que seu nome foi oficialmente divulgado pela Rede Globo, o número de seguidores de Jade no Instagram começou a crescer, indo de 13 milhões para 18,3 milhões em poucos dias. Esse aumento, no entanto, não é o principal foco da influenciadora. O que importa mesmo é a taxa de engajamento que cada uma dessas pessoas alcança – apenas seguir, sem engajar, não diz nada em termos financeiros. Mas esse problema, por enquanto, não faz parte da trajetória da jovem. Hoje, sua taxa de engajamento é 2,7% contra 1% registrada antes de sua entrada no reality.

A média de views por post também aumentou: foi de 3 milhões para cerca de 15 milhões. “Pela taxa de engajamento, que triplicou desde o anúncio, já entendemos o que a levou a  entrar no programa”, destaca Ana. “A Jade não depende apenas de publicidade. Ela tem a loja dela, por exemplo, que gera uma renda passiva enquanto ela não faz publicidade. Sendo assim, quanto mais ela está exposta, mais está ganhando.”

A ECONOMIA DA ATENÇÃO 

Vivemos na era da “economia da atenção” – também conhecida como capitalismo de vigilância. Como o nome adianta, o modelo de negócio do momento é, justamente, ganhar dinheiro chamando a atenção do público consumidor, seja com programas televisivos, redes sociais ou serviços de streaming. A atenção humana é uma mercadoria escassa extremamente almejada – e é atrás dela que os criadores de conteúdo, como Jade Picon, estão. “Quando falamos de influenciadores, falamos de disputa por atenção. A própria direção do ‘BBB’ entendeu isso quando começou a colocar os participantes ‘do camarote’ no programa”, explica Ana. 

O foco da Jade não está no dinheiro que pode ganhar caso consiga ficar até o final do reality. Com lugar cativo na disputa pela atenção do público, a influencer – se tudo correr bem – tem possibilidade de tornar seu espaço publicitário ainda mais concorrido e, assim, triplicar os ganhos mensais. “Ela não vai fazer mais de quatro publicidades por semana, porque isso não é saudável para o equilíbrio entre conteúdo editorial e patrocinado, então as marcas vão competir por esse espaço restrito. Com isso, ela poderá cobrar até R$ 250 mil por um post no feed e R$ 300 mil por um reels”, diz Ana Paula. Segundo estimativas da BRUNCH, esses valores eram de R$ 65 mil e R$ 95 mil, respectivamente, antes do programa. 

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Jade pode até deixar de ganhar R$ 3 milhões enquanto está confinada, mas talvez consiga recuperar esse valor em menos de um mês se sair do programa aclamada pelo público. Caso saia cancelada, no entanto, o tiro pode sair pela culatra. “Caso passe por uma situação parecida com a vivida no ano passado pela cantora Karol Conká, ela vai demorar cerca de seis meses para se recuperar. Um semestre significa R$ 6 milhões perdidos e uma mancha na reputação que ela vem construindo há tantos anos. Por isso os influenciadores precisam tomar muito cuidado com a gestão de imagem durante um programa de exposição deste tamanho”, explica a especialista. 

No momento, embora não esteja cancelada, Jade já desagradou o público algumas vezes e perdeu um pouco do favoritismo que tinha assim que seu nome foi confirmado no programa. A influenciadora perdeu mais de 500 mil seguidores no Instagram na última semana, quando foi acusada de soberba após ganhar a liderança duas vezes seguidas. “O influenciador precisa estar muito preparado ao entrar em um programa com essa visibilidade. O cuidado com a gestão de imagem precisa ser dentro e fora da casa, com suas atitudes e os posicionamentos de seus administradores de rede. Tudo precisa estar alinhado. Não é algo tão simples.” 

Em sua apresentação para o programa, Jade disse ter aceitado o convite como uma oportunidade para explodir a sua bolha e realmente sair da zona de conforto. Ela também deixou claro, desde o início, que o prêmio não é o seu maior objetivo, tendo afirmado que doaria a maior parte do valor para instituições de causas sociais. Ao jogar na loteria da aprovação do público, no entanto, é difícil saber se a influenciadora vai ganhar ou perder com sua participação. 

A METODOLOGIA 

A metodologia de precificação da BRUNCH leva em conta três aspectos para chegar ao preço de um post: 1) custos de produção (quanto custou produzir o conteúdo); 2) uso de imagem (quanto custa liberar o uso de imagem para a marca); e 3) distribuição (quanto custa postar o conteúdo para a audiência da influenciadora). 

Com uma taxa de engajamento de 1% em posts patrocinados, média de 3 milhões de views por post e 1,2 milhão de views por stories, sua precificação pré-BBB foi calculada da seguinte forma: 

Considerando uma foto ou um reels para o feed:

  • Custo de produção: R$ 5.000 (horas para criar legenda, produzir e editar a foto ou vídeo). Este é um valor maior do que o normal porque ela apresenta um conteúdo sempre bem editado, fotografado e cuidado; 
  • Uso de imagem: esse valor é baseado em quantas vezes a imagem é, de fato, usada no perfil, por isso a base do cálculo não é o número de seguidores, mas quantos views os posts costumam ter. Para vídeo: 3 milhões x R$ 0,015 = R$ 45.000. Para foto: 3 milhões x R$ 0,01= R$ 30.000;
  • Distribuição: esse valor é baseado em quantas pessoas serão impactadas no perfil da influenciadora, por isso, a base do cálculo não é o número de seguidores, mas quantos views os posts costumam ter. Para vídeo: 3 milhões x R$ 0,015= R$ 45.000. Para foto: 3 milhões x R$ 0,01= R$ 30.000.

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Considerando stories:

  • Custo de produção: R$ 1.000 (10 horas para criar roteiro, produzir e editar a foto ou vídeo e publicar); 
  • Uso de imagem: 1.200.000 x R$ 0,015= R$ 18.000; 
  • Distribuição: 1.200.000 x R$ 0,01= R$18.000.

Considerando presença vip: 

A considerar pelo custo hipotético do uso de imagem, concluímos que uma presença VIP da influencer não custe menos de R$ 60 mil. 

Jade fazia cerca de quatro publicidades por semana antes do “BBB”: 4 feeds – R$ 260 mil + 4 reels – R$ 380 mil + 4 sequências de stories – R$ 148 mil + 4 presenças VIP – R$ 240 mil 

Sendo assim, em um mês, Jade Picon faturava cerca de R$ 1.028.000, segundo estimativas.

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