Professora da USP desenvolve método que diminui sangramento menstrual

Combinação de novo DIU e medicamento é capaz de melhorar a saúde íntima de mulheres com fluxo intenso
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Recente pesquisa e testes apontam que novo modelo de DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, em conjunto com medicamento chamado ulipristal, que é responsável por alterar o efeito do hormônio feminino progesterona, é capaz de reduzir o volume e número de dias de sangramento durante o período menstrual feminino. As autoras iniciais do estudo são a professora Carolina, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e a pesquisadora Vivian Brache, da Investigaciones Biomédicas de Profamilia, da República Dominicana. As duas mulheres lideraram todo o processo inicial da pesquisa, incluindo escrita, análise dos dados e edição.

O DIU, conhecido método contraceptivo, não é muito recomendado para mulheres com anemia, já que pode acarretar em sangramentos mais prolongados e piorar o quadro anêmico. Porém, o modelo em teste promete resolver o problema. O ulipristal, medicamento que deve ser utilizado em conjunto com o novo DIU, possui ação direta com o funcionamento da progesterona, realizando melhora no regulamento do ciclo hormonal.

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“O medicamento é usado fora do Brasil como pílula de emergência e para tratamento de mioma. Nas duas situações, as doses são maiores do que as que nosso estudo propõe. Além disso, não encontramos nenhum efeito colateral grave, mas, para termos certeza da segurança desse novo DIU, outras fases de estudo são necessárias”, explica a professora Carolina.

Carolina ressalta a importância da redução do sangramento em casos de anemia. “Se a gente fornece um DIU de cobre que é seguro e eficaz, mas que não aumenta a perda sanguínea, estamos contribuindo para a saúde da mulher. Novos estudos ainda poderão avaliar o uso em doenças que aumentam o sangramento na menstruação, como miomas uterinos”, conclui.

Para as fases de testes, 29 mulheres saudáveis da República Dominicana foram acompanhadas por um mês antes de colocarem o DIU, três meses durante o uso do dispositivo e dois meses depois da retirada. As participantes realizaram um diário de sangramento e de cólicas menstruais, passaram por biópsia uterina e outros exames, como de sangue, para verificar quaisquer alterações hormonais e de ovulação devido ao novo DIU.

“As voluntárias não tiveram efeitos colaterais importantes, foram os mesmos encontrados no DIU de cobre convencional. Elas tiveram sangramento reduzido, demonstraram satisfação, mantiveram ovulação e os hormônios não foram alterados, além de não apresentarem alteração no fígado nem anemia”, declarou Carolina.

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Agora, é preciso que a pesquisa passe por mais duas fases de teste, que irão comparar resultados hormonais e, além disso, verificar o quanto o modelo funciona como método contraceptivo. Até agora, apenas mulheres laqueadas participaram do estudo.

Os resultados foram publicados pelo periódico internacional “Contraception”. O estudo foi realizado pelo “Population Council” na República Dominicana, com patrocínio do National Institutes of Health, dos Estados Unidos.

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