A mídia britânica informou hoje (29) o falecimento da ex-atriz e modelo April Ashley, aos 86 anos. Considerada a segunda cidadã da história do Reino Unido a mudar de sexo para se tornar mulher, a artista se consolidou como uma das pioneiras do movimento em defesa das pessoas trans na região e no mundo.
Nascida em 1935, em Liverpool, a ativista pertencia a uma família comum da classe trabalhadora. Quando jovem, se mudou para Paris, onde deu início aos espetáculos como drag queen. Decidida a fazer a cirurgia de mudança de sexo, ainda rara na época, April economizou dinheiro até os anos de 1960 para, finalmente, ser operada no Marrocos.
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Sua vida como ativista começou quase imediatamente após a operação, quando retornou à Inglaterra com o desejo de se divorciar do então marido, o aristocrata Arthur Cameron Corbett. Sem ser reconhecida como mulher pelo governo local, o caso acabou tomando dimensões públicas e incentivando o debate a respeito da sexualidade na época. Sem conseguir alterações legais, a atriz foi embora para os Estados Unidos, onde viveu até 2005. Há pouco menos de dez anos, April acabou sendo condecorada pelo príncipe Charles pela sua luta em defesa dos direitos trans.
A notícia da morte rendeu diversas homenagens na comunidade LGBTQIA+ britânica. O cantor inglês Boy George, conhecido pelo visual andrógeno, foi um dos que compartilhou uma mensagem nas redes sociais, descrevendo April como uma “força da natureza e grande sacerdotisa”. Já o ativista global Peter Tatchell chamou a colega de “uma heroína” e “grande pioneira”. A causa da morte não foi revelada.
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