Verão, praia, sol, mar, piscina. Se tem uma época do ano em que os corpos estão expostos ao olhar alheio, este é o momento. Com isso, vem a pressão para ter um corpo perfeito, o chamado corpo de verão: sem estrias, celulites, gorduras. Ou seja, um padrão estético estabelecido pela sociedade.
Pode parecer loucura, mas em alguns lugares do mundo o padrão de beleza para uma mulher não é uma barriga chapada e bumbum empinado, mas sim um pescoço longo, esticado por anéis metálicos. É o caso do povo Karen, que vive entre a Tailândia e a Birmânia.
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Este exemplo apenas evidencia que o padrão estético varia de cultura para cultura, de sociedade para sociedade. Aqui, o corpo violão nem é tão popular – apenas 8% das brasileiras possuem o biotipo, segundo pesquisa do Senai Cetiqt – mas é, provavelmente, o físico mais exaltado – e desejado.
Essa pressão não apenas afeta mulheres gordas, como também aquelas que fogem, em qualquer sentido, de um corpo de Angel, as famosas modelos da Victoria’s Secret: magras, com seios e nádegas avantajados. Se a mulher, principalmente, tem qualquer cicatriz, mancha, acne, gordura, estria, celulite ou até não cabe no manequim 36, provavelmente está de fora do padrão estético brasileiro.
Uma pesquisa da Getty Images Visual GPS evidencia exatamente isso: entre as mulheres que relataram discriminação, 64% delas afirmaram que é por causa do corpo, forma física ou tamanho. Além disso, apenas 43% das mulheres brasileiras disseram estar bem representadas na publicidade.
Esse descontentamento certamente é agravado por uma realidade ainda pouco diversa nos comerciais, sejam eles feitos para a televisão ou para as redes sociais. Segundo um estudo realizado pela Elife e a agência SA365, dos 5.261 posts publicitários de grandes marcas publicados no Facebook e Instagram, apenas 5% representam pessoas gordas e 1% PCDs (pessoas com deficiência).
É nessa onda que estão surgindo cada vez mais movimentos nas redes sociais que prezam por exibir o corpo real da mulher. Muito além de hashtags com milhares de postagens, o body positive, skin positive e outras correntes abandonam o filtro e mostram que o corpo perfeito é aquele que cada uma de nós tem.
Veja, a seguir, 8 influencers brasileiras que estão ressignificando a relação de muitas mulheres com seus corpos:
Alexandra Gurgel (@alexandrismos)
Além de influencer e ativista, Alexandra Gurgel é a idealizadora do Movimento Corpo Livre, um projeto que visa a representatividade e a autoestima e dá voz a mulheres – celebridades e anônimas – em temas relacionados aos seus corpos. A influencer, que soma mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, viralizou na internet após publicar uma série de vídeos didáticos falando sobre os mais diversos assuntos ligados ao corpo, da gordofobia ao body shaming. Alexandra também é escritora e possui dois livros publicados: “Pare de Se Odiar” e “Comece a Se Amar”.
Barbarhat Sueyassu (@barbarhat)
É justo dizer que Barbahat Sueyassu é uma pessoa rara. Natural de Apucarana, interior do Paraná, ela foi diagnosticada com vitiligo universal aos quatro anos de idade, uma condição da doença autoimune que acomete apenas 0,5% da população mundial. Nessas pessoas, o vitiligo envolve de 80% a 90% do corpo. Muita coisa aconteceu desde o bullying que sofreu na escola até os 75,6 mil seguidores que possui atualmente no Instagram. Hoje, além de utilizar sua voz para conscientizar as pessoas sobre o vitiligo, Barbahat também é modelo e já participou de campanhas da Barbie, Ipanema, Havaianas e Natura.
Dora Figueiredo (@dorafigueiredo)
Com quase 800 mil seguidores no Instagram e 1,9 milhão de inscritos no YouTube, Dora Figueiredo usa sua plataforma para falar de relacionamentos, sexualidade e conselhos de vida. Além disso, compartilha com seus seguidores questões sobre aceitação do corpo, empoderamento e amor próprio. Em 2020, Dora trabalhou na cobertura do CarnaUOL, como repórter, e em 2022 vai estrear no cinema com o longa-metragem “Coisa Pública”, onde interpreta uma jovem influencer que está começando a carreira.
Giulia Dias (@giuliadias)
Modelo com mais de 20,5 mil seguidores no Instagram, Giulia Dias sofreu um acidente de trânsito aos nove anos que deixou uma cicatriz em seu rosto. Agora, aos 23, a influencer se tornou uma aposta do mundo da moda e estrelou sua primeira campanha no ano passado pela marca de cosméticos Avon. Nascida em Curitiba (PR), a modelo nunca se deixou abalar pela cicatriz e pelos comentários que recebeu durante toda a vida. Hoje, a estudante de relações internacionais e secretariado executivo leva sua representatividade para a televisão e para as redes sociais.
Ju Romano (@ju_romano)
Ela foi a primeira mulher plus size a divulgar uma sessão de fotos sem retoques na revista “Elle”, em 2015. Também foi a primeira modelo fora dos padrões a posar para a revista “Playboy”. Para os seus 512 mil seguidores no Instagram e mais de 300 mil inscritos no canal do YouTube, Ju Romano, que além de influencer é modelo, jornalista e blogueira, fala sobre moda plus size, body positive, aceitação do corpo e enfrentamento dos padrões de beleza. Ela também produz conteúdo sobre culinária, tutoriais de cabelo e até organização pessoal. Além disso, Ju foi modelo para diversas marcas e já assinou uma coleção de roupas fitness com a Wonder Size.
Kéren Paiva (@kerenpaiva)
Kéren Paiva usa suas redes sociais para falar de algo que todo mundo já passou ou ainda vai passar: acne. Antes de fazer as pazes com sua imagem, ela passou por tratamentos agressivos e diversos episódios de preconceito. Agora, a influencer, que faz de seu Instagram um espaço para conversas sinceras sobre autoamor, possui mais de 50,9 mil seguidores e preza por uma pele livre e o direito de ter imperfeições, como manchas, poros e espinhas, afinal, segundo ela, atingir a perfeição é algo inalcançável. A influencer já fez parcerias com marcas grandes como La Roche Posay, Mantecorp Skincare, Biossance Brasil, Profuse e Creamy Skincare.
Luana Carvalho (@lxccarvalho)
A influencer Luana Carvalho questiona em uma postagem de seu Instagram: “Quanto tempo será que a gente perdeu tendo vergonha? Quanto tempo será que a gente ficou escondida?”. Para ela, não há mais tempo a perder. Aos seus mais de 77,7 mil seguidores, a gaúcha de 22 anos fala sobre liberdade corporal, moda e mostra seu corpo, afinal, não há porquê escondê-lo. Sua representatividade fez com que marcas a procurassem para trabalhos publicitários, entre elas Beefeater Botanics, Natura, Listerine e até o Spotify.
Luiza Junqueira (@luizajunquerida)
Dona do canal ‘Tá, Querida?’, que possui mais de 720 mil inscritos no YouTube, a influencer Luiza Junqueira usa diversas plataformas para falar sobre autoestima, cuidados com o corpo e empoderamento feminino. Além disso, faz vídeos descontraídos com tutorias de cabelo, maquiagem e até comida. Para ela, que possui 227 mil seguidores no Instagram, o autocuidado vai muito além da aparência. Luiza também já fez publis para diversas marcas, como Bandeyra, Trama Livre, Óiasó Tapetes e pantynova.
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