O mais recente sucesso da dupla Israel e Rodolffo, “Dar Uma Namorada”, dominou o noticiário do final de semana – e não necessariamente pela melodia. A música foi acusada de fazer apologia ao estupro e está sendo alvo de uma enxurrada de críticas na internet. Um dos principais comentários de desaprovação à faixa foi feito no sábado (20), pela psicanalista e doutora em psicologia Manuela Xavier. No Instagram, ela publicou um vídeo no qual explica os motivos pelos quais a música incita a violência sexual contra a mulher.
Na postagem, Manuela indica que o trecho “me atiçou, vai ter que dar uma namorada” é uma “apologia clara ao estupro”. Ela ainda destaca que, apesar de ter sido escrita em 2021, a música tem “mentalidade de 1920”, o que não pode mais ser aceito com passividade nos dias de hoje. Em resposta, Rodolffo comentou que a psicóloga estava exagerando nas observações e que a canção é “unissex”, não se tratando de um texto voltado a homens ou mulheres.
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Veja, a seguir, um fragmento de “Dar Uma Namorada”:
“Cê não vai me iludir de graça/ Me atiçou, vai ter que dar uma namorada/ Se não tá querendo rolo, então não caça/ Me atiçou, vai ter que dar uma namorada”
Mas a música da dupla não é a única a conter pontos de vista considerados perigosos. Muitas canções de sucesso do passado não seriam admitidas atualmente. Veja, a seguir, outras 10 músicas que hoje certamente não passariam pelo crivo da audiência por seus conteúdos machistas e misóginos:
“Se Essa Mulher Fosse Minha” – Os Magnatas do Samba (1971)
“Se essa mulher fosse minha / Eu tirava do samba já, já / Dava uma surra nela / Que ela gritava: Chega / Chega / Oh meu amor / Eu vou-me embora da roda de samba eu vou”
“Piranha” – Bezerra da Silva (1979)
“Eu só sei que a mulher que engana o homem merece ser presa na colônia/ orelha cortada, cabeça raspada/ carregando pedra pra tomar vergonha”
“Faixa Amarela” – Zeca Pagodinho (1997)
“Mas se ela vacilar, vou dar um castigo nela/ Vou lhe dar uma banda de frente/ Quebrar cinco dentes e quatro costelas”
“Se te agarro com outro, te mato” – Sidney Magal (1977)
“Se te agarro com outro, te mato/ Se te agarro com outro, te mato!/ Te mando algumas flores e depois escapo”
“Silvia” – Camisa de Vênus (1986)
“Todo homem que sabe o que quer/ Pega o pau pra bater na mulher”
“Cabocla Tereza” – Tonico e Tinoco (1994)
“Agora já me vinguei/ É esse o fim de um amor/ Essa cabocla eu matei/ É a minha história, doutor”
“Pagode” – Tião Carreiro e Pardinho (1996)
“Eu fui na feira com dois tostão/ Eu comprei arroz, eu comprei feijão/ Comprei açúcar, comprei canela/ Comprei um chicote que é pra bater nela”
“Bruto, Rústico e Sistemático” – João Carreiro e Capataz (2009)
“Na muié eu dei um jeito/ Corretivo do meu modo/ No quarto deixei trancada/ Quinze dias aprisionada/ E com ela não incomodo”
“Estupro com Carinho” – Os Cascavelettes (1987)
“Eu quero te estuprar/ Com muito carinho/ Te estuprar/ Com muito cuidado/ Te estuprar/ Por causa da dor”
“Nosso Sonho” – Claudinho e Buchecha (1996)
“Gatinha, eu vou parar/ Mas tudo isso porque eu me sinto coroão/ Tu tens apenas metade da minha ilusão/ Seus doze aninhos permitem somente um olhar”
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