EXCLUSIVO: Executiva conta como superou a Síndrome de Burnout

Daniele Costa é a autora de “Você é o Caminho”, obra que será lançada em 13 de dezembro
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Daniele Costa optou pela transição de carreira após o diagnóstico (Foto: Divulgação)

Cinco anos após ser diagnosticada com Síndrome de Burnout, a palestrante Daniele Costa, 38 anos, prepara-se para lançar seu primeiro livro de relato, batizado de “Você é o Caminho”. Na  obra, a mentora trará à tona sua própria experiência com o esgotamento físico e mental, episódio que a fez optar pela transição de carreira. 

Formada em letras, a autora atuou 13 anos como bancária, sendo nove deles como executiva de uma instituição financeira. De um trabalho aparentemente “dos sonhos”, porém, a rotina acabou se transformando na porta de entrada para sentimentos desconfortáveis. “Acolher minhas imperfeições e fraquezas foi o primeiro passo para a mudança. Em uma jornada de autoconhecimento, me permiti trilhar caminhos diversos até desenvolver meu próprio método para edificar um plano de vida mais consciente”, descreve. 

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Foi depois desse estalo que Daniele decidiu se dedicar à mentoria de desenvolvimento pessoal e ajudar outros profissionais frustrados em seus segmentos. Ao longo dos últimos anos, fundou o portal Plataforma da Vida, que compartilha conteúdos de carreira e autoconhecimento, além do coletivo Brazilinas, que atua na capacitação profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade social. 

O livro será lançado no dia 13 de dezembro no Condessa Bistro, em São Paulo, a partir das 19h. A obra também estará disponível para venda na Amazon. 

Veja, a seguir, a entrevista exclusiva de Daniele Costa para a Elas Que Lucrem:

Elas Que Lucrem: Por que escrever sobre Burnout?

Daniele Costa: A ideia é mostrar para as pessoas que sofreram com o problema que é sim possível mudar de vida por meio de um conjunto de ferramentas e práticas que desenvolvi. Tudo foi preparado com carinho, com uma linguagem acessível e didática para ajudar outras pessoas a se reencontrarem. O objetivo é que elas iniciem uma nova jornada conduzida pela via do autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, melhorando autoconfiança, plenitude e fluidez. Ou seja, quero ajudar outras pessoas que passaram pela mesma situação. 

O livro é de fácil entendimento, sendo dividido em capítulos que levam o nome de “Descobertas”, “Eu de Verdade”, “Eu e o Outro”, “Escolhas”, “Plenitude” e “Prosperidade”. Em cada uma dessas sessões eu convido o leitor a fazer reflexões e exercícios práticos que ajudarão a assimilar o conteúdo.

EQL: Como foi a sua experiência com a síndrome?

DC: O Burnout, na verdade, não é uma síndrome que aparece do dia para a noite, mas uma série de situações, fatores emocionais e escolhas que nos aproximam do limite. Depois de anos de dedicação, foi difícil perceber que nada daquilo valia a pena quando passei a ter episódios de vômito e desmaio. Mesmo assim, no começo, guardava tudo para mim. Omitir essa realidade dos meus colegas, para manter os resultados, aumentava ainda mais a minha ansiedade e tristeza.  

Por fim, fui ao médico e ele solicitou meu afastamento durante um período de 30 dias. Nesta mesma época, eu estava com férias programadas para fazer um curso de neurolinguística no Rio de Janeiro. Isso só reforçou na minha mente o fato de que eu precisava aprender a criar uma vida que, de fato, funcionasse para mim, e não que fosse focada em programas profissionais que pioravam a minha doença. 

EQL: Quais são os primeiros sinais desse tipo de esgotamento?

DC: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a Síndrome de Burnout recebe a classificação como sendo um fenômeno ocupacional. O que quer dizer isso? Que ela não é considerada uma doença propriamente dita, mas um dos elementos que influenciam o estado de saúde de uma pessoa. Já o Ministério da Saúde brasileiro aponta a síndrome como um distúrbio emocional que tem como causa o excesso de trabalho, agravado por fatores como a insatisfação, o desgaste, a competição e grandes níveis de responsabilidade. 

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A partir daí, temos como decorrência o cansaço excessivo (físico e mental), insônia, perda de apetite, alteração de humor, sensação de fracasso, medo e insegurança. Muito cuidado: se você não trabalha com o que gosta, esse cenário pode trazer vários danos à sua saúde, que se refletirão em diversos aspectos da vida.

EQL: No seu caso, depois do diagnóstico, você optou pela transição de carreira. Mas quais são as opções para quem sofre com o problema? É preciso – obrigatoriamente – “mudar de ares”?

DC: Na verdade, depende de uma série de fatores que precisam ser identificados lá atrás, como, por exemplo, se o problema começou por insatisfação ou sobrecarga, afinal, mesmo trabalhando com o que se ama, podem ocorrer excessos que comprometem todo o equilíbrio emocional. No livro trago exercícios que ajudarão o leitor a encontrar essa resposta, conduzindo-o a um novo patamar de vida, seja no mesmo emprego ou em um projeto totalmente novo.

EQL: Na sua opinião, existe um culpado por trás do Burnout?

DC: Culpa é uma palavra muito forte para essa situação. Eu penso que o quadro seja causado por uma série de fatores em que a palavra “não” foi perdendo espaço, enquanto o “sim” se tornava rotina: “Sim, posso fazer”; “Sim, deixa que eu faço”; “Sim, consigo realizar mais essa tarefa”, e por aí vai. No caso, uma má gestão de si mesmo, das suas vontades que foram sendo deixadas de lado. 

EQL: Você acredita que as mulheres estão mais expostas a esse tipo de fadiga?

DC: Sim, porque elas naturalmente se doam mais para os seus trabalhos. Além disso, muitas vezes elas são as responsáveis por lidar com a família, filhos, marido e todas as questões que dizem respeito à organização de uma casa. Por mais que essa última situação demande tarefas que podem ser divididas, a maior parte das mulheres se sente obrigada a conferir se tudo está indo bem, em um estado ideal para atender a todos que ali habitam. Soma-se a isso a sobrecarga de trabalho, cobranças, metas e comportamentos de chefes abusivos. Tudo se transforma em um cenário cada vez mais caótico em uma rotina para lá de insana. Infelizmente, as mulheres não sabem se priorizar. Mas vamos virar essa chave! E essa é justamente a proposta do livro. 

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