11 regras do mundo da moda que estão fora de moda

As consultoras Camila Cavalcante, Fe Fuscaldo e Paula Chiaradia explicam a importância da quebra desses paradigmas, libertando a mulher para vestir o que quiser
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Mundo da moda
(Foto: Amanda Vick/Unsplash)

Historicamente, a moda esteve sempre ligada a muitos “nãos”: não misture estampas, não use vestido com tênis, preto e marrom não combinam. Mas, a lista vai muito além de três exemplos e passa até por questões pré-concebidas, como aquela que prega que mulheres gordas devem usar preto porque emagrece ou que as mais velhas precisam evitar roupas mais sensuais.

Porém, nos últimos anos, uma onda de inclusão e diversidade engoliu o mundo da moda, fazendo com que as grandes marcas não tivessem para onde fugir. Na última edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), por exemplo, os desfiles foram marcados, principalmente, por corpos diversos, fugindo da magreza das modelos consideradas padrão.

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É nesse cenário que as regras do “não” são substituídas pela liberdade de se vestir como quiser. Segundo a consultora de moda e estilo Paula Chiaradia, isso acontece porque estamos na era da valorização da autenticidade e do estilo pessoal. “Se a mulher não experimenta por medo de errar ela não inova, e, se não inova, limita-se a repetir o que os outros fazem. Por isso, é importante se conhecer e, assim, não virar refém das regras”, explica.

As consultoras Camila Cavalcante, Fe Fuscaldo e Paula Chiaradia explicam a importância da quebra desses paradigmas, libertando a mulher para vestir o que quiser
As consultoras, Fe Fuscaldo, Paula Chiaradia e Camila Cavalcante (Foto: Arte/EQL)

Desse modo, segundo a consultora de moda Camila Cavalcante, essas mudanças são necessárias para que todos os corpos se sintam abraçados e representados. “A quebra de alguns desses paradigmas foi importante para que a moda se tornasse mais diversa e passasse a olhar melhor para as diferenças.”

Fe Fuscaldo, consultora de imagem e estilo, concorda e vai além: “Toda regra é uma simplificação ‘burra’ de uma técnica. Ela aprisiona e tira a autenticidade da escolha”. Por outro lado, explica, a técnica dá segurança às escolhas.

Veja, a seguir, 11 regras que, segundo as especialistas, estão ultrapassadas:

1. Camisetas, legging e tênis são exclusivos para exercícios físicos

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(Foto: Dusan Jovic/Unsplash)

Para Camila Cavalcante, o hi-lo, que consiste na mistura de peças mais sofisticadas com outras mais casuais, e o street style contribuíram para a queda desse tabu. “É possível combinar peças esportivas com roupas do dia a dia por serem confortáveis e ter aquele toque despojado.”

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Paula concorda. “O tênis esportivo surgiu na composição do look urbano. Grandes caminhadas para ir ao trabalho, ônibus e transporte público trouxeram o calçado para o dia a dia. Não queremos mais o sapato que aperta e machuca”, explica a consultora. Segundo ela, a pandemia de Covid-19 acelerou ainda mais a nossa relação com o conforto.

2. Pessoas gordas devem usar preto

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(Foto: Womanizer Toys/Unsplash)

“Essa é uma das normas mais ultrapassadas”, aponta Camila. Ela explica que o preto diminui visualmente a silhueta, mas, se usado em uma modelagem errada, em vez de valorizar, pode causar o efeito contrário.

Além disso, segundo a especialista, mais importante do que tentar esconder o corpo é descobrir as cores que combinam e, de forma estratégica, usá-las em seu favor. “Essa foi uma regra tão falada, tão estimulada, que as mulheres têm dificuldade em usar outras cores. Mas, no final das contas, é importante vestir aquilo com o qual elas se sentem bem.”

3. Baixinhas não podem usar saia midi ou longa

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(Foto: Tamara Bellis/Unsplash)

“Eu acredito que todo mundo pode tudo”, diz Paula. Segundo a consultora, tudo é desejo de imagem e alguns truques podem ajudar a alcançá-lo. “Existem alguns artifícios de estilo que ajudam a alongar a silhueta, como a barra mais próxima ao joelho e até a blusa da mesma cor da saia”, explica.

Contudo, essa não é uma regra e, mesmo se for, existe para ser quebrada. “Se você não quiser alongar a silhueta, se joga! A liberdade de escolha é a nossa principal arma no vestir”, diz.

4. Mulheres acima dos 40 não devem usar minissaia

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(Foto: Mike Von/Unsplash)

Segundo Paula, essa regra está muito -muito! – longe da realidade. Para a consultora, não é a idade que define o que uma mulher pode ou não pode usar, mas sim o estilo pessoal de cada uma, o que faz cada uma se sentir bem.

5. Toda mulher precisa ter uma seleção de peças básicas 

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(Foto: Priscilla du Preez/Unsplash)

Camisa branca, scarpin, saia lápis… Para Fe, essa lista não resume a complexidade de cada mulher. “Não faz o menor sentido acreditar, ainda hoje, numa lista de peças que sirvam ao vestir do dia a dia de todas as mulheres.”

Além disso, a consultora de imagem e estilo explica: “Cada mulher terá a sua lista de peças, que se adequam à sua personalidade, estilo de vida e objetivos pessoais e profissionais.”

6. Para ficar elegante, a mulher deve usar blazer

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(Foto: Malik Skydsgaard/Unsplash)

Paula relembra que o blazer foi um item incorporado do guarda-roupa masculino. De fato, essa peça surgiu em 1837, no Reino Unido, e era considerada grosseira demais para as mulheres, que ainda vestiam espartilhos, saias e vestidos. Foi apenas em 1930 que o primeiro exemplar do blazer feminino foi criado por ninguém mais, ninguém menos, que Coco Chanel.

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Ainda assim, para Paula, uma camisa com estrutura, cores mais sóbrias e peças em alfaiataria podem ser tão elegantes quanto o blazer.  “Há outras peças que podem transmitir elegância. Não é uma regra, mas uma escolha dentro do dress code mais formal.”

7. Calças brancas engordam

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(Foto: Arun Sharma/Unsplash)

Camila explica que o branco realmente expande visualmente a nossa silhueta. “Consequentemente, essa é uma cor que reflete e amplia, mas o fato é: se você tem um quadril mais estreito, essa cor pode valorizar muito a silhueta.”

Segundo a consultora, nós temos que nos desprender dessas regras generalizadas. “As pessoas que têm quadril mais largo podem também usar calça branca. Uma terceira peça mais alongada possibilita usar a cor tranquilamente.”

8. Combine a cor da bolsa com a cor do sapato

Mundo da moda
(Foto: Tamara Bellis/Unsplash)

Foi-se o tempo em que precisávamos andar com “tudo combinadinho”. Ao menos é o que pensa Paula. “Quebrar essa regra está em alta, principalmente porque isso valoriza a personalidade da mulher. Ficar presa às normas deixa as pessoas com medo de errar e as priva de experimentar peças novas.”

9. Relacione corpos à figuras: maçã, triângulo invertido, retângulo…

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(Foto: Flaunter LI/Unsplash)

Para Fe Fuscaldo, não é possível vestir corpos reais baseados em figuras, e acredite, são muitas: maçã, triângulo, retângulo, colher – ou ‘violão’, como é popularmente conhecido -, pêra, ampulheta… 

“Não há como ter regra. A beleza real passa pela autoimagem, como cada mulher percebe seu corpo, o que gosta, o que não gosta, suas proporções corporais”, explica. Em outras palavras, cada corpo é único.

10. Para transmitir sucesso, use alfaiataria: salto alto, cabelo escovado

11 paradigmas do mundo da moda que estão fora de moda
(Foto: Olena Sergienko/Unsplash)

Longe disso. Para Fe, uma imagem de sucesso e poder é simplesmente ser você de verdade. “É, sim, uma imagem cuidada, mas não montada. É interessante justamente porque destaca a mulher da manada de outras mulheres uniformizadas, que seguem as regras da ‘velha consultoria’.”

Além de tudo, segundo ela, ser você mesma tem verdade, coerência e consistência. “Nada tem mais impacto que ser de verdade todos os dias.”

11. Seguir as regras da moda

Mundo da moda que estão fora de moda
(Foto: Hong Nguyen/Unsplash)

“As regras da moda, em si, estão fora de moda”, aponta Camila. Segundo a consultora, vivemos uma era de desenvolvimento do estilo pessoal, por isso, não podemos limitar as mulheres pela profissão, idade ou até mesmo pelo tipo de corpo. “As mulheres precisam de autonomia para usar o que desejam vestir.”

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Além do mais, Fe aponta que a própria consultoria insistir em dizer o que pode e o que não pode usar é algo ultrapassado. “Existem técnicas para combinar, estudos das linhas, das formas e proporções… Mas, a aplicação de tudo isso só faz sentido se for a serviço da cliente, do que ela julga importante, no seu contexto, na sua personalidade.”

Para Camila, é necessário entender os conceitos e como nos sentimos melhor com nossa silhueta no espelho. “Não precisamos de regras, mas sim de informações de qualidade, leituras visuais, entender o porquê não nos sentimos bem com determinada peça. Precisamos nos conhecer e isso é a garantia para se sentir bem.”

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