Dólar fecha em alta com ruído doméstico, mas cai 2,6% na semana

Alta foi creditada a uma correção ditada pelo mal-estar gerado após virem a público detalhes da segunda etapa da reforma tributária
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O dólar teve hoje (25) a primeira alta diária da semana, mas ainda se manteve abaixo de R$ 5 e acumulou queda de mais de 2% nos últimos cinco pregões, refletindo contínuo ajuste de posições e um ambiente externo positivo.

A alta nesta sexta foi creditada a uma correção ditada pelo mal-estar gerado em outros mercados domésticos (sobretudo o acionário) após virem a público detalhes da segunda etapa da reforma tributária, que trouxe propostas de introdução de imposto sobre dividendos e alterações na taxação de investimentos em renda fixa, fundos e Bolsa.

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O dólar à vista subiu 0,64% nesta sessão, a R$ 4,9376 na venda, depois de oscilar entre R$ 4,975 (+1,40%) e R$ 4,8936 (-0,26%).

Na semana, a cotação caiu 2,64%. Em junho, o dólar ainda recua 5,51%, e a moeda perde 4,89% em 2021.

“Vejo tensão no fiscal por conta do medo do populismo por conta das pesquisas e (medo de) o governo acionar medidas inesperadas”, disse um profissional da área de câmbio de um banco estrangeiro.

“Mas também a crise hídrica e a reação ruim à reforma tributária (influenciaram). De toda forma, não creio que seja nada permanente. No câmbio predomina a questão dos juros nas comunicações do BC”, acrescentou.

O governo brasileiro encaminhou nesta sexta-feira à Câmara dos Deputados sua proposta que, entre outros pontos, introduz tributação sobre dividendos pagos aos investidores, com alíquota de 20%, e alterações na taxação de investimentos em renda fixa, fundos e Bolsa, com a fixação de uma alíquota única de tributação, sem diferenciação para aplicações de prazo menor, como ocorre atualmente. O Ibovespa fechou em queda de 1,70%, segundo dados preliminares.

Em evento posterior, no Senado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, abriu a porta para nova edição do auxílio emergencial para além de outubro.

Apesar do ruído desta sexta, o cenário para o câmbio segue positivo, na avaliação do Bank of America, que baixou sua projeção para a taxa do dólar ao fim deste ano de 5,2 reais para 5,0 reais, com uma combinação entre diferencial de taxa de juros mais alto e riscos fiscais menores no horizonte.

(com Reuters)

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