Ibovespa fecha em queda com receios sobre cena política

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,9%, a 125.666,19 pontos, tendo recuado a 124.993,64 no pior momento
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O Ibovespa fechou em queda hoje (1º) começando o segundo semestre do ano no patamar de 125 mil pontos, enfraquecido pelo momento político mais complicado no país, enquanto BR Distribuidora avançou mais de 7% após a Petrobras vender sua participação na companhia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,9%, a 125.666,19 pontos, tendo recuado a 124.993,64 no pior momento. O volume financeiro na bolsa somou R$ 32 bilhões.

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“O cenário político está entrando de vez no radar dos investidores com as investigações da CPI da Covid”, avaliou o analista da Terra Investimentos Régis Chinchila, chamando a atenção para denúncias de irregularidades envolvendo compra de vacinas e como isso pode afetar o presidente Jair Bolsonaro.

O grande risco no momento, na visão de Chinchila, é o governo começar a perder apoio do ‘centrão’, principalmente no andamento da pauta de reformas, além de potenciais reflexos na corrida presidencial no próximo ano.

Nesse contexto, ocupou a atenção a audiência na CPI de Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply, que afirmou ao jornal Folha de S.Paulo ter recebido pedido de propina de 1 dólar por dose, em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o Ministério da Saúde.

O analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro também chamou a atenção para a decisão da ministra do STF, Rosa Weber, de enviar à PGR um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro no âmbito de supostas irregularidades na negociação de vacinas contra a Covid-19 pelo Ministério da Saúde.

Além disso, investidores continuaram analisando os potenciais efeitos das medidas propostas pelo governo brasileiro na segunda fase da reforma tributária, que incluiu medidas como a eliminação do benefício fiscal por meio de juros sobre capital próprio (JCP).

“O Ibovespa confirmou a perda de 127 mil pontos e iniciou um processo de correção no curtíssimo prazo que tem como primeiro alvo a faixa de 125 mil pontos e principal no último topo rompido em 122 mil pontos”, acrescentou o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro

Destaques

– VALE ON caiu 1,74% em sessão de ajustes após subir nos dois pregões anteriores, apesar da alta dos contratos futuros do minério de ferro na China. No setor, USIMINAS PNA subiu apenas 0,99%, com previsão de efeito positivo de R$ 2,4 bilhões com decisão do STF sobre a base da cálculo do PIS/Cofins.

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– BR DISTRIBUIDORA ON disparou 7,2%, após a Petrobras vender sua participação remanescente de 37,5% na companhia, em oferta precificada a R$ 26 por ação. PETROBRAS ON cedeu 1,75%, revertendo os ganhos registrados mais cedo, apesar da alta do petróleo no exterior e de ter levantado R$ 11,36 bilhões com a oferta de ações da BR.

– B3 ON fechou em baixa de 2,97%, devolvendo parte da recuperação verificada desde meados do mês passado, quando a ação atingiu uma mínima intradia em cerca de um ano por receios relacionados a maior competição no setor e acomodação nos volumes de ações negociados. Desde então, o papel tinha se valorizado mais de 8% até a véspera.

– BRADESCO PN perdeu 1,24% e ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,32%, ainda afetados pelos receios com as medidas relacionadas à segunda fase da reforma tributária.

– MULTIPLAN ON caiu 3,11%, após trégua na véspera, conforme investidores seguem avaliando os potenciais efeitos de mudanças tributárias apresentadas pelo governo brasileiro. No setor, BRMALLS ON fechou em baixa de 2,17% e IGUATEMI ON cedeu 2,72%.

(Com Reuters)

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