Dólar fecha em R$ 5,20 e tem maior queda semanal desde maio

Moeda norte-americana encerra no patamar mais baixo por mais de duas semanas consecutivas
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 O dólar marcou a quinta queda em seis sessões hoje (27), indo à mínima em mais de duas semanas e ficando abaixo de R$ 5,20 na esteira de um enfraquecimento global da moeda norte-americana após o banco central dos EUA sinalizar alguma postergação do corte de estímulos e minimizar chances de alta de juros.

A reação dos preços antecede uma agitada próxima semana, que traz uma pesada agenda de indicadores, como o PIB do Brasil do segundo trimestre e o relatório de empregos dos EUA referente a agosto.

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Em comentários preparados para discurso na conferência de banqueiros centrais de Jackson Hole, Jerome Powell, chefe do Fed, indicou que o banco central dos EUA permanecerá cauteloso em qualquer eventual decisão de elevar os juros enquanto tenta levar a economia de volta ao pleno emprego.

Powell deseja evitar controlar uma inflação “transitória” e, ao fazê-lo, correr o risco de desencorajar o crescimento do emprego. Mas ele concordou com muitos de seus colegas no entendimento de que cortar estímulos poderia ser apropriado ainda neste ano.

No todo, as falas de Powell foram entendidas como um recado de que, no frigir dos ovos, a farta liquidez, em outras palavras, sobra de dólar, que tem irrigado os mercados globais desde o ano passado prosseguirá pelo menos até o fim de 2021, com sua eventual retirada devendo ser gradual.

Com a perspectiva de não enxugamento da oferta de moeda, o dólar despencou aqui e lá fora.

O índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países ricos cedia 0,4% no fim da tarde, para mínimas em dez dias. A moeda norte-americana caía ante 30 divisas de uma lista de 33, entre emergentes e G10. O dólar chegou a perder até 1,3% contra pares mais próximos do real, caso do rand sul-africano.

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Aqui, a moeda norte-americana negociada no mercado à vista fechou em baixa de 1,15%, a R$ 5,1965, , menor valor desde 10 de agosto (R$ 5,1957).

“O decente movimento para baixo no dólar contra a maioria de seus principais pares e das moedas emergentes combinado com o rali (em ativos dos setores) de energia e metais sugere que o mercado vê o Fed como totalmente (imprudentemente?) indiferente aos recentes avanços da inflação”, comentou Will Slaughter, gestor de renda fixa para mercados emergentes da Northwest Passage Capital Advisors, em Milwaukee, EUA.

Precatórios:

No Brasil, a queda do dólar nesta sexta concluiu uma semana de baixas quase ininterruptas da moeda, que anulou, assim, o ganho das três semanas anteriores, estes motivados pelo recrudescimento de tensões domésticas e também pelas incertezas acerca do Fed e da Covid-19.

Nesta semana, o dólar recuou 3,50%, maior baixa desde a semana finda em 7 de maio (-3,75%). Nas três semanas anteriores, todas de alta, a cotação havia somado ganho de 3,39%.

O forte ajuste no câmbio sugere que o mercado está começando a “queimar” parte do prêmio de risco acumulado desde o fim de junho, quando o dólar chegou a cair abaixo de R$ 4,90.

Um elemento que tem ajudado a amenizar a aumentada tensão fiscal é a perspectiva de concordância com uma solução costurada no STF para o nó dos precatórios, que somam quase R$ 90 bilhões para 2022 e têm dado dor de cabeça ao mercado e à equipe econômica, sem falar nos credores.

Ontem,, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, indicou que a ideia é que o limite para pagamento dessas obrigações num ano seja disciplinado pela mesma dinâmica da regra do teto de gastos.

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Com isso, essa conta passaria a crescer somente pela inflação medida pelo IPCA nos 12 meses até junho do ano anterior e, assim, não apenas abriria espaço no Orçamento como a folga seria maior do que a proposta pela PEC dos Precatórios, que tem enfrentado bastante resistência de vários lados.

“Acho que o mercado não processou isso direito”, disse o gestor de uma grande asset. “(A ideia) abre mais espaço no teto (de gastos), não precisa tramitar como PEC… todo mundo gosta”, afirmou, acrescentando que o mercado, com isso, “ainda melhora”.

A queda desta sexta fez o dólar trocar de sinal em agosto, e no acumulado do mês a divisa cai 0,22%. E as firmes baixas dos últimos dias junto com a deste pregão levaram o dólar a reduzir os ganhos no acumulado do ano para apenas 0,10%.

Pela Retração de Fibonacci, um popular indicador técnico, o dólar futuro chegou a devolver nesta sexta 50% da alta entre o fim de junho e meados de agosto. Mantido o ímpeto de baixa, a moeda poderia caminhar para 61,8% dessa trajetória, o que a levaria para em torno de R$ 5,12, -patamar que, se rompido, abriria rota para encostar em níveis perto de R$ 5,04, mínima do fim de julho.

(Com Reuters)

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