Dólar tem maior queda desde março

Comentários do presidente da Câmara influenciaram positivamente o mercado brasileiro
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O dólar fechou em firme queda hoje (24), a mais intensa desde março e que levou a cotação ao menor valor em 11 dias, com o real liderando os ganhos nos mercados globais de câmbio em meio a um alívio em temores fiscais domésticos.

O segundo dia seguido de rali nas commodities deu sua contribuição para a queda do dólar por aqui, e também no mundo, além do pregão de otimismo nas bolsas de Nova York, mas foram comentários do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que soaram como música para o mercado.

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Em evento da XP voltado para investidores, Lira descartou que o Congresso vá aprovar medidas que vão contra a responsabilidade fiscal ou calote no caso dos precatórios, para cujo problema ele garantiu que haverá solução dentro do teto de gastos. O presidente da Câmara também assegurou que nunca ouviu da equipe econômica qualquer proposta para retirada do pagamento dos precatórios do teto, instrumento que limita aumento das despesas públicas.

“A fala do presidente da Câmara trouxe alguma resposta para essa incerteza que o mercado tem demonstrado sobre o fiscal”, disse Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba. “O investidor começa a ganhar confiança de novo no mercado brasileiro, desmontando posições a favor do dólar”, completou.

Entre a mínima do fim de julho, em torno de R$5,04 e a máxima de agosto, por volta de R$5,48, o dólar futuro saltou 8,8%, turbinado pelo aumento dos ruídos político-fiscais no Brasil num período já de maior cautela no exterior.

Desde essa máxima de agosto, a moeda já devolveu cerca de 4,1%.

O contexto doméstico vem pressionando o dólar, mas um grande teste para a moeda norte-americana ocorrerá na sexta-feira, quando todos os holofotes do mercado financeiro global estarão voltados para o discurso virtual do líder do banco central dos EUA (Fed), Jerome Powell, no famoso simpósio econômico anual de Jackson Hole, nos EUA.

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Investidores aguardam para ver se o Fed dará alguma indicação mais clara sobre quando começará a cortar estímulos monetários, os mesmos que inundaram o mundo de liquidez em 2020 e ajudaram a evitar uma ascensão ainda maior do dólar no Brasil e lá fora.

Nesta terça-feira, o dólar à vista caiu 2,25%, a R$5,2613 na venda. A desvalorização é a mais forte desde 10 de março (-2,39%). O preço da moeda é o menor desde o último dia 13 (R$5,2461).

Ao longo do pregão, o dólar variou de R$5,3797 (-0,05%) a R$5,2478 (-2,50%).

Com a queda desta terça, o dólar voltou a ficar abaixo da média móvel de 200 dias e está a um triz da média de 100 dias. Ambas são medidas consideradas, no contexto atual, como pontos de suporte, cujo rompimento poderia causar aceleração no ajuste da moeda.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de divisas de países desenvolvidos caía 0,13%, estendendo a queda da véspera, enquanto Wall Street bateu novos recordes.

(Com Reuters)

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