O dólar apresentava alta acentuada hoje (9), chegando a superar a marca de R$ 5,28 nas máximas do pregão, em mais um dia marcado por temores fiscais domésticos e apostas de redução de estímulos nos Estados Unidos.
Às 10:14, o dólar avançava 0,62%, a R$ 5,2666 na venda, enquanto o dólar futuro de maior liquidez tinha alta de 0,77%, a R$ 5,2885.
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Na máxima do dia, alcançada pouco antes das 10h, a moeda norte-americana à vista chegou a tocar R$ 5,2832 na venda, salto de 0,93%.
“O aumento dos riscos político e fiscal dominou o cenário e deixou em segundo plano a aprovação do Projeto de Lei que permite a privatização (dos) Correios e a urgência da votação da Reforma do Imposto de Renda”, escreveram em nota analistas da Genial Investimentos.
Fornecendo combustível ao ruído fiscal, o presidente Jair Bolsonaro tem repetido constantemente sua intenção de elevar o valor do Bolsa Família. Nesta segunda-feira, ele disse que o reajuste deve ficar em 50% e não chegar aos 100%, como ele mesmo chegou a cogitar na semana passada.
O presidente deve ir ainda nesta segunda ao Congresso levar a Medida Provisória com as modificações no programa, que terá seu nome alterado para “Auxílio Brasil”. O texto, no entanto, não deverá ter ainda o reajuste do programa.
Além dos temores dos mercados sobre o aumento dos gastos federais com auxílio à população, visto por muitos investidores como uma guinada populista do presidente em meio à queda em sua popularidade, a tentativa do governo de alterar o pagamento de precatórios também continuava no radar.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo para parcelamento dos precatórios com vencimento em 2022 vai prever a constituição de um fundo alimentado com recursos que terão destinação carimbada e ficarão fora do teto de gastos, segundo um integrante do governo com conhecimento direto do assunto.
“Isto mexeu com os preços dos ativos na medida em que gera dúvidas quanto à capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros”, explicaram os analistas da Genial.
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Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar mostrou recuperação recentemente depois que fortes dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos encorajaram a antecipação de apostas sobre quando o Federal Reserve vai reduzir seu estímulo da pandemia.
Levando isso em consideração, “entendemos que os próximos meses serão de um dólar fortalecido ao redor dos mercados, o que, por consequência, reduz a atratividade do real”, disse o BTG Pactual em relatório.
“Os fatores tanto internacionais como nacionais, neste momento, nos impedem de afirmar que o cenário base (para o fim de 2021) é uma cotação do real abaixo de 5 (por dólar), mas ainda entendemos que a retomada da economia no segundo semestre a partir do célere ritmo de vacinação e as elevadas exportações brasileiras devem valorizar o real até o final deste ano”, acrescentou. A projeção base do banco é de um dólar cotado a R$ 5 ao final deste ano.
Na sexta-feira, o dólar spot teve alta de 0,35%, a R$ 5,2343 na venda.
(Com Reuters)