Dólar acumula forte alta em outubro marcado por temores de descontrole fiscal

Moeda norte-americana subiu de 0,28%, atingindo R$ 5,64
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O dólar avançou contra o real hoje (29), ao fim de pregão bastante volátil, encerrando o mês de outubro com fortes ganhos em meio a temores persistentes dos investidores sobre a situação fiscal do país.

O dólar à vista teve alta de 0,28%, a R$ 5,6419, nesta sessão. Na máxima do dia, alcançada pela manhã, a moeda norte-americana foi a R$ 5,6829, alta de 1,01%. Na parte da tarde, pouco antes das 16h (horário de Brasília), o dólar foi à mínima do pregão, de R$ 5,5982.

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Segundo investidores, comentários desta sexta-feira do novo secretário do Tesouro, Paulo Valle, ajudaram a divisa norte-americana a fechar longe das máximas do dia. Valle disse em sua primeira coletiva de imprensa no cargo que o órgão trabalha bastante coordenado com o Banco Central e atuará nos mercados se julgar necessário.

Sua fala vem ao fim de um mês difícil para ativos brasileiros, uma vez que a ameaça concreta ao teto de gastos –representada pelos esforços do governo por um Auxílio Brasil mais alto– abalou a credibilidade fiscal do país, desencadeando várias pioras nas projeções de grandes instituições financeiras para a inflação e o crescimento econômico do Brasil.

Nesta sexta-feira, o novo secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, frisou que a PEC dos Precatórios é necessária para que o benefício que substituirá o Bolsa Família possa ir a R$ 400 nos meses de novembro e dezembro, como prometido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Ele também descartou haver outra solução trabalhada pelo Ministério da Economia que não a PEC dos Precatórios para viabilizar o Auxílio Brasil –possibilidade que tem preocupado investidores.

Em outubro, o dólar acumulou salto de 3,53% frente ao real. No mercado de ações, o índice de referência brasileiro, o Ibovespa, caiu 6,74% no mês, fechando o período em 103.500 pontos, também refletindo a falta de confiança nas perspectivas fiscais do país.

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Nem mesmo a decisão recente do Banco Central de acelerar o ritmo de aperto monetário – o que tenderia tornar o mercado de renda fixa doméstico mais atraente para investidores estrangeiros – deu suporte ao real nos últimos dias.

Antes de ontem (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a taxa Selic para 7,75% ao ano, de 6,25%.

“Além do pano de fundo macro, acredito que o movimento do mercado mostra uma clara perda de confiança no BCB, que vem (à luz das interpretações do mercado) atrás da curva no processo de alta de juros e deveria ter explicitado um tom mais duro em seu comunicado após a decisão de alta de 150 pontos-base na taxa Selic”, escreveu Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.

Com o desempenho desta sexta-feira, o dólar acumula agora alta de 8,68% contra o real em 2021.

Nesta sexta-feira, a pressão externa também pesou nos mercados de câmbio, com o índice do dólar voltando a subir de forma expressiva após indicadores econômicos nos EUA referendarem a narrativa de que o aumento da inflação pode levar não apenas a redução iminente de estímulos, mas também a alta antecipada dos juros.

(Com Reuters)

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