Dólar fecha em queda de 1,47%, a R$5,3696

Moeda norte-americana engata mais longa série de altas semanais em um ano
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O dólar sofreu nesta sexta-feira (1) a maior queda em três semanas e voltou a ficar abaixo de R$ 5,40, com operadores aproveitando a fraqueza da moeda no exterior para realizar lucros depois de a cotação cravar na véspera sete pregões de alta e fechar no pico em cinco meses.

O dólar à vista caiu 1,47% hoje e a cotação encerrou a R$ 5,3696 , maior desvalorização percentual diária desde 9 de setembro (-1,80%).

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O real dividiu com o rand sul-africano o posto de moeda com melhor desempenho global nesta sessão. As divisas emergentes de forma geral tinham expressivas altas nesta sexta, com um índice do JPMorgan para esse grupo em acréscimo de 0,64%, o mais forte desde o fim de agosto, recuperando-se parcialmente depois de cair recentemente a mínimas em cerca de um ano.

Enquanto isso, o índice do dólar frente a uma cesta de rivais de países desenvolvidos perdia 0,3%, após marcar em setembro o melhor mês desde junho.

O retorno do apetite por ativos de risco, que patrocinou ganhos também nos mercados de ações em Wall Street, se deu com ajustes de posições para o começo do quarto trimestre, caça a pechinchas depois da liquidação dos últimos pregões e otimismo sobre o estado da economia, a luta contra a Covid-19 e uma resolução para o impasse orçamentário nos EUA.

Mas de forma geral o dólar vem em tendência ascendente e, conforme analistas, as sinalizações são de mais ganhos.

“Uma vez que esperamos que as taxas de juros e as políticas monetárias divergentes continuem a ser o principal motor do câmbio pelo restante do ano, na medida em que a desaceleração global e as preocupações em torno da variante Delta persistem, a ampla apreciação do dólar norte-americano é um risco material”, disseram estrategistas do Bank of America em relatório.

No Brasil, o câmbio deve seguir intimidado, entre outros fatores, pela percepção extensa de risco fiscal e por dúvidas sobre a capacidade do Banco Central de vencer a inflação. A oferta inesperada de swap cambial tradicional pelo BC na véspera ajudou a tirar os comprados de uma posição mais confortável, mas ainda pairam incertezas sobre a avaliação do Bacen acerca de níveis considerados injustificáveis para a taxa de câmbio.

Mesmo prevendo juro mais alto para 2022, o Bradesco elevou a estimativa para o dólar ao fim do próximo ano, passando a ver taxa de R$ 5,60 de R$ 5,50 na estimativa divulgada em setembro, depois de a moeda fechar este ano em R$ 5,15 reais (acima dos R$ 5,00 esperados antes).

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“Ainda que a normalização monetária no Brasil venha contendo os fluxos de saída de dólares, a queda dos termos de troca decorrente da desaceleração da China tende a levar o câmbio para um nível mais depreciado”, explicou o Bradesco em relatório, acrescentando que a acomodação da economia mundial e o início da retirada dos estímulos monetários nos países desenvolvidos também sugerem um real mais fraco.

Nas contas da equipe de pesquisa econômica do banco, o valor justo para a taxa de câmbio segue abaixo de 5,00 reais por dólar, mas a eventual materialização desses patamares depende de um “apropriado” equacionamento fiscal, redução da inflação e das incertezas domésticas.

“Na ausência desses fatores, o Real tende a se manter descolado de seus fundamentos por mais tempo”, disse o Bradesco no relatório.

De volta aos negócios do dia, o declínio do dólar no dia apenas amenizou a alta acumulada na semana, que ficou em 0,47% –a quarta semana consecutiva de ganhos, série positiva mais longa desde a mesma sequência de quatro ganhos entre as semanas findas em 11 de setembro e 2 de outubro de 2020.

Em 2021, o dólar sobe 3,43%.

(Com Reuters)

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