Dólar sobe com política monetária, inflação e risco fiscal dividindo atenções

Dólar sobe com política monetária, inflação e risco fiscal dividindo atenções
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O dólar subiu contra o real nesta hoje (26), mas fechou longe de patamares acima dos R$ 5,60 atingidos nas máximas do pregão, com expectativas de elevação mais agressiva da taxa Selic pelo Banco Central nesta semana, dividindo atenções com temores inflacionários e fiscais domésticos.

O dólar à vista subiu 0,36%, a R$ 5,5727 na venda. No pico da sessão, atingido no início da tarde, a moeda havia chegado a subir 0,98%, a R$ 5,6070. Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,27%, a R$ 5,5770.

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Dados divulgados na manhã desta terça-feira surpreenderam os mercados financeiros ao mostrarem que o IPCA-15, prévia da inflação oficial ao consumidor, registrou em outubro a maior alta para o mês em 26 anos.

A leitura, bem mais elevada do que a expectativa em pesquisa da Reuters, levou mais instituições financeiras importantes, como Credit Suisse e Goldman Sachs, a elevarem suas expectativas para a dimensão do aperto monetário que o Banco Central anunciará amanhã (27), ao fim do encontro de dois dias do Copom. Agora, os bancos projetam alta de 150 pontos-base da taxa Selic.

As recentes escaladas nas expectativas para os juros básicos têm sido citadas por investidores como possível fator de suporte para a moeda brasileira, uma vez que o maior retorno oferecido no mercado de renda fixa doméstico poderia elevar o ingresso de recursos estrangeiros no país. Ainda assim, muitos ressaltam que as revisões nas contas para a taxa Selic refletem grandes riscos inflacionários e fiscais.

“Os preços já mostram a mudança das expectativas, com prognósticos de que a Selic chegue aos dois dígitos ainda no primeiro trimestre do ano que vem”, disseram analistas da Levante Investimentos em nota.

“Pior do que a alta da inflação (…) é a pouca disposição do governo para acertas as contas, ainda mais com a perspectiva de que em poucos meses se inicia uma campanha eleitoral que promete ser polarizada e conturbada.”

Os mercados brasileiros foram golpeados na semana passada pela ameaça concreta ao teto de gastos representada pela pressão do governo por um Auxílio Brasil mais robusto, e, desde então, várias instituições financeiras têm divulgado piora nas revisões para a economia e alta nas estimativas para os juros.

“Sem a âncora fiscal resta a âncora monetária para impedir uma explosão da inflação”, disse a Levante. “Juros mais altos e por mais tempo do que se imaginava antes da turbulência da semana passada.” Com o desempenho desta terça-feira, o dólar acumula alta de 2,26% até agora no mês de outubro. Em 2021, o dólar sobe 7,34%.

(Com Reuters)

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