Especial A Queda da Bolsa: O que esperar para o futuro?

Saiba como interpretar as projeções do governo e dos analistas econômicos
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Uma das reflexões mais comuns em momentos de crise financeira, principalmente quando a bolsa de valores é duramente afetada, é sobre o futuro dos investimentos e o que esperar no curto e médio prazos. Entender um pouco de economia para conseguir decifrar as análises do governo e dos especialistas em mercado financeiro é o primeiro passo. A boa notícia é que isso é mais fácil do que parece.

Vale lembrar que a bolsa e o desempenho das ações comercializadas por ela refletem a situação econômica. Por isso, é importante que as investidoras entendam o que acontece na economia e como isso pode afetar sua carteira. Para completar, conhecer as projeções pode ajudar a detectar novas oportunidades de investimentos.

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“Ter noções de economia nos ajuda a estabelecer relação entre os fatores e entender que, quase sempre, um aspecto isolado não é capaz de impactar a performance das ações”, diz Paloma Brum, analista da Toro Investimentos.

Outra dica é entender como funciona o processo usado pelos especialistas para determinar as projeções. “Elas são feitas com base em modelos, geralmente matemáticos, e se baseiam em alguma teoria econômica. Por meio desses modelos, é possível analisar os fatores que compõem a economia, como o PIB, por exemplo. Em seguida, é necessário analisar como esse fator evoluiu com o tempo e como ele pode mudar a partir da influência de outros fatores, como no caso do impacto da taxa de juros na inflação”, explica.

Entender o passado para prever o futuro

Quando a história da economia é revisada, é possível notar a existência de ciclos que incluem períodos de estabilidade, crises e recuperações.

“O mercado é cíclico, ou seja, ele alterna entre altas e baixas. Neste processo, existem movimentos de expansão econômica, alteração dos preços das commodities e inovações tecnológicas. Já as crises podem acontecer durante um ciclo de inovação ou em decorrência de algum choque – como o dos preços do petróleo -, considerado um evento inesperado. Além disso, uma crise pode surgir em função de políticas econômicas equivocadas”, detalha Paloma. 

Portanto, quando houver uma crise financeira e uma consequente queda da bolsa, é necessário entender que esse evento faz parte de um ciclo e que as chances de recuperação são grandes. 

Os desafios atuais

Estamos, neste momento, vivendo o início de uma retomada após a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. Embora o momento de instabilidade ainda não tenha acabado, o governo e os dados mostram sinais de que a economia está voltando aos períodos pré-crise.

No entanto, ainda existem desafios a serem superados. Retomadas econômicas são, normalmente, acompanhadas do aumento do consumo e, consequentemente, da inflação – velha conhecida dos brasileiros e considerada um grande problema nos tempos atuais. Por outro lado, o aumento dos preços impacta o consumo e, em cascata, a recuperação econômica. Ou seja, uma bola de neve.

Paloma lembra que a crise sanitária impactou uma série de processos, como a cadeia logística, em nível global. A falta de suprimentos reduziu a oferta de produtos disponíveis, obrigando os governos a promoverem estímulos econômicos, como a criação do auxílio emergencial, na tentativa de diminuir o estrago causado nas empresas.

A analista esclarece que essas medidas sustentaram a demanda, ou seja, as pessoas continuaram comprando apesar da crise. No entanto, os economistas encaram esse fato como uma demanda artificial, pois as pessoas têm intenção de  compra apesar da baixa oferta. O resultado disso é a inflação.

Mas essa não é a única batalha que o governo brasileiro enfrenta no momento. Apesar das medidas tomadas para conter a subida de preços – como o aumento das taxas de juros -, os responsáveis pela economia do país precisam estimular o crescimento.

“O governo teria que aumentar as taxas de juros para conter a inflação, enquanto o Banco Central teria que reduzi-las para estimular a economia. As duas medidas não podem acontecer ao mesmo tempo, por isso o governo precisa saber como dosá-las”, diz Paloma.

O que devemos esperar?

Para os próximos anos, o governo deve focar na diminuição da inflação por meio das taxas de juros. Além disso, com o processo de imunização mais avançado, a tendência é que a economia comece a se estabilizar. Paloma alerta, ainda, que não estamos livres de eventos inesperados, mas, quando analisamos o passado, a tendência é de prosperidade.

A especialista lembra também que os tumultuados períodos eleitorais brasileiros tendem a aumentar o risco país. “O ciclo político pode impactar o desempenho do mercado. Já se espera uma maior volatilidade dependendo do andamento dos debates, das posturas dos candidatos e das propostas”, diz ela.

A analista conclui dizendo que é importante se ajustar ao contexto da economia no momento para saber o que deve ser analisado, e que fatores como inflação, taxas de juros nacionais e internacionais, câmbio e movimentações do mercado no geral devem sempre estar no radar dos investidores.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada 

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