Ibovespa fecha no azul com bancos e Petrobras, mas incerteza fiscal atenua recuperação

Segundo economistas, fatores como a reforma do imposto de renda inibiram uma alta mais expressiva
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O Ibovespa fechou marginalmente no azul hoje (5), tendo bancos e Petrobras entre os principais suportes, além da recuperação em Wall St, enquanto preocupações com o cenário fiscal do país ainda minam o apetite de agentes financeiros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,06%, a 110.457,64 pontos, após, no melhor momento do dia, ultrapassar 111 mil pontos. O volume financeiro somou R$ 29,4 bilhões. Na véspera, o Ibovespa fechou em queda de mais de 2%.

LEIA MAIS: Wall Street fecha em forte alta com recuperação de gigantes de tecnologia

Em Nova York, os pregões experimentaram uma sessão de recuperação, puxada por ações de empresas de tecnologia, como Apple e Microsoft, enquanto agentes aguardam dados do mercado de trabalho norte-americano na sexta-feira (8). O S&P 500 avançou 1%, com números sobre a atividade econômica dos EUA também no radar.

Para o economista sênior do Banco ABC Brasil Daniel Xavier, o ambiente de incerteza fiscal ainda presente no Brasil está entre os fatores que inibiram uma alta mais expressiva do Ibovespa nesta sessão.

“Não se sabe ainda claramente como o novo programa de renda do governo federal será financiado a partir do ano que vem”, exemplificou, acrescentando que declarações como as do relator da reforma do IR (Imposto de Renda) no Senado acentuam as incertezas.

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA) afirmou nesta terça-feira que fará seu parecer no seu tempo e não segundo o que o Ministério da Economia quer. A reforma do IR é uma das apostas para o governo ter espaço fiscal para o programa.

O sócio da Monte Bravo Investimentos Rodrigo Franchini também destacou a questão dos precatórios, além de preocupações com o crescimento econômico, inflação e incertezas no campo político como fatores desfavoráveis na cena brasileira. Para ele, um bom movimento na bolsa paulista no curto prazo é muito mais pelo preço dos seus ativos do que pela perspectiva econômica de médio e longo prazos. 

Após começar outubro com alta, o Ibovespa já mostra performance negativa no mês, vindo de declínios acumulados de 6,6% em setembro, 2,5% em agosto e 3,9% em julho. No ano, contabiliza uma queda de 7,2%.

Destaques

BANCO DO BRASIL ON fechou em alta de 4,76%, tendo de pano de fundo relatório do Safra, no qual os analistas afirmam ver múltiplos bastante atrativos para as ações, avaliando que o banco está mostrando boa recuperação em seus números para 2021 e observando sinais de que tal tendência deve continuar em 2022.

ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN valorizaram-se 2,42% e 1,69%, endossando o fechamento positivo, enquanto, no setor, BANCO PAN PN foi o destaque negativo entre os bancos do Ibovespa, com declínio de 6,4%, enquanto investidores ainda avaliam o anúncio de acordo para a incorporação da Mosaico.

PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançaram 2,19% e 1,67%, respectivamente, acompanhando a alta do petróleo no exterior, onde Brent fechou com acréscimo de 1,6%, a 82,56 dólares o barril. A companhia também está realizando perfurações nos blocos Aram e Três Marias, ambos no pré-sal da Bacia de Santos.

GPA ON subiu 6,80% e o rival CARREFOUR BRASIL ON avançou 2,50%. Analistas da Genial Investimentos veem o valor do setor como muito atrativo, negociando a múltiplos abaixo de seus níveis históricos e que não refletem todas suas perspectivas futuras, “onde os players estarão estruturalmente melhores aos níveis pré-pandêmicos”.

VALE ON cedeu 0,72%, em sessão relativamente frágil para o setor de mineração e siderurgia, embora CSN ON tenha encerrado com elevação de 0,32%.

(Com Reuters)

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL Newsletter

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Participe da live Meu Primeiro Investimento

Compartilhar a matéria:

×