Tudo que mexeu com o mercado no Brasil e no mundo em setembro de 2021

Problemas econômicos, riscos e outros acontecimentos influenciaram a economia local e internacional
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O mês de setembro foi marcado por alta volatilidade no mercado financeiro nacional e internacional, causada por riscos econômicos e políticos. O resultado foi uma queda expressiva na bolsa brasileira de 6,87%. Veja, a seguir, os principais fatores que impactaram os investimentos ao longo do mês: 

Aconteceu no Brasil

Setembro começou com o receio do mercado em relação às manifestações – contra e a favor – do presidente Jair Bolsonaro. Após as passeatas do 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, a bolsa registrou queda de quase 4%.

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Alguns  dias mais tarde, o presidente, em colaboração com seu antecessor, Michel Temer, soltou uma nota apaziguadora na tentativa de amenizar os ruídos causados com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outro fato que merece destaque está relacionado às commodities, principalmente ao minério de ferro. O produto passou a ser exportado em menor quantidade à China, que anunciou um controle maior sobre a produção de aço – onde a matéria-prima brasileira, produzida pela Vale, é utilizada – para reduzir as emissões de CO2. Esse cenário ajudou na queda da bolsa de valores.

As decisões do governo também contribuíram para a volatilidade no mercado de capitais. Uma delas foi o aumento do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) sobre crédito, câmbio e seguro, ou nas operações relativas a investimentos. O aumento do imposto prejudica os investidores, o que fez da medida mais um motivo para a desvalorização da bolsa. 

Além disso, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, mostrou um aumento de 1,14% nos preços, maior patamar para o mês de setembro desde a criação do Plano Real,  em 1994. No acumulado dos 12 meses, os preços já apresentaram um aumento de 10,05%. Na tentativa de conter essa alta, o governo aumentou a Selic em 1%, elevando a taxa para 6,25%, o que também interferiu no ânimo dos investidores, mais propensos a apostar na renda fixa. 

Por fim, o mercado também sofreu com o impacto dos acontecimentos no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na China.

Aconteceu no mundo

O mês começou de forma otimista nos Estados Unidos graças aos dados dos pedidos de seguro-desemprego, que foram melhores do que o esperado. No entanto, as expectativas de uma recuperação econômica continuam sendo assombradas pelo aumento de casos da variante Delta no país.

Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, vem dando indícios de que o governo pretende diminuir os estímulos à economia. A decisão é decorrente dos dados de inflação, que está subindo. Com a redução desses estímulos, as empresas podem sofrer, já que a crise financeira ainda não terminou.

Para completar, setembro, historicamente, é um mês fraco para o mercado norte-americano de capitais. Desde 1945, as bolsas apresentam quedas médias de 0,56% e, neste ano, a desvalorização foi de 4,79%. 

Os acontecimentos da China também abalaram o mercado internacional. Os dados econômicos do país já estavam mostrando que a economia chinesa se recuperava de maneira mais lenta do que o previsto, mas alguns acontecimentos extras aumentaram as preocupações dos investidores. O mais importante foi o potencial calote da Evergrande, segunda maior empresa de construção civil da China, que tem dívidas estimadas em US$ 300 bilhões.

O que esperar para outubro

O foco do mercado a partir de agora será na inflação e nas próximas medidas econômicas do governo brasileiro. O mercado já está projetando mais uma alta da taxa básica de juros para controlar a alta dos preços.

Os investidores também tendem a acompanhar de perto a situação econômica da China e como isso pode afetar as relações comerciais com o Brasil no setor de commodities. Nos Estados Unidos, a preocupação é com os próximos passos da política econômica e a potencial continuidade da redução dos estímulos à economia.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada

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