Dólar tem maior queda diária em quase dois meses

Moeda norte-americana caiu 1,53%, chegando a R$ 5,5475 na B3
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O dólar registrou sua maior perda diária em quase dois meses contra o real nesta hoje (5), encerrando a semana no vermelho após dados melhores do que o esperado sobre o emprego norte-americano desencadearem uma onda global de apetite por risco, enquanto a PEC dos Precatórios continuou no radar doméstico.

O dólar spot encerrou o pregão em queda de 1,53%, sua maior desvalorização diária desde o dia 9 de setembro deste ano (-1,80%). Na semana, que não teve negociações na terça-feira devido ao feriado, a moeda caiu 2,12%, perda semanal mais acentuada desde o período findo em 27 de agosto (-3,5%).

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Enquanto isso, na B3, onde os negócios continuavam, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 1,50%, a R$ 5,5475.

O bom humor tomou conta de mercados ao redor do mundo nesta sexta-feira, após dados do Departamento do Trabalho dos EUA mostrarem que a criação de vagas de trabalho nos EUA aumentou mais do que o esperado em outubro, conforme as infecções por Covid-19 durante o verão no Hemisfério Norte diminuíram.

Foram criados 531 mil postos de trabalho fora do setor agrícola no mês passado. Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 450 mil vagas.

Os dados, recebidos por investidores como saudáveis mas não altos o suficiente para pressionar o Federal Reserve a apertar sua política monetária mais cedo do que o esperado, impulsionaram as ações globais — os três principais índices de Wall Street fecharam em máximas recordes, segundo dados preliminares — e moedas de países emergentes no dia, enquanto o índice do dólar devolveu totalmente ganhos registrados no início do pregão.

Além disso, os rendimentos dos Treasuries, os títulos do governo dos EUA, registravam baixa, com a taxa de dez anos chegando a tocar seu patamar mais baixo desde 27 de setembro, de 1,45%. Rendimentos mais baixos nos EUA tendem a prejudicar a moeda norte-americana.

Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, escreveu em post no Twitter que, “com restrições na cadeia de suprimentos e uma baixa taxa de participação, dados fortes de emprego podem significar uma estabilização da oferta com menor pressão inflacionária” nos EUA. A maior economia do mundo tem sofrido com pressões mais intensas sobre os preços devido a gargalos na cadeia de abastecimento e escassez de mão de obra.

No âmbito doméstico, a incerteza fiscal continuava no radar, em meio a planos do governo de fornecer auxílio de R$ 400 para a população vulnerável em 2022. O plano para financiamento dos benefícios, batizados de Auxílio Brasil, é a PEC dos Precatórios, que foi aprovada em primeiro turno pela Câmara dos Deputados nesta semana com uma margem estreita.

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A PEC – que altera regras do teto de gastos – não é vista com bons olhos pelos mercados financeiros, uma vez que é considerada prejudicial para a credibilidade fiscal do país. Mesmo assim, a proposta passou a ser vista como a melhor saída possível para a incerteza que têm dominado os mercados nas últimas semanas em meio à pressão do governo por mais gastos.

“Se a PEC for aprovada, a visão predominante entre a maioria dos clientes é de que os riscos principais arrefeceriam consideravelmente e os preços dos ativos poderiam ficar mais alinhados aos fundamentos macroeconômicos”, escreveu o Citi em relatório desta sexta-feira. Isso “provavelmente deixaria algumas das questões fiscais no passado e poderia abrir uma janela de maior calma nos mercados”.

Nesta sexta-feira, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse não ter dúvidas sobre a aprovação da PEC dos Precatórios.

A proposta deve ser votada em segundo turno na semana que vem na Câmara. Se aprovada, seguirá para o Senado.

(Com Reuters)

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