Dólar encerra semana em alta com pressão sazonal; temor fiscal segue no radar

Moeda norte-americana subiu 0,08%, finalizando o dia a R$ 5,6845 na venda
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O dólar fechou em leve alta ante o real hoje (17), mas longe das máximas, encerrando uma semana marcada por fluxos sazonais de saídas de recursos do mercado doméstico.

A moeda norte-americana à vista subiu 0,08%, a R$ 5,6845 na venda. Na máxima, quando tocou R$ 5,7173 (+0,65%). Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,13%, a R$ 5,6975. 

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Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital, disse que “sinais mistos” explicam a movimentação desta sexta-feira. “O dólar lá fora está desde cedo operando em alta e, no cenário doméstico, temos a sazonalidade habitual de dezembro. Por outro lado, quando o dólar toca nos R$ 5,70, isso chama o exportador, que vende a moeda”, afirmou o especialista.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,63%, a 96,577.

O dólar teve no acumulado da semana alta de 1,26% sobre o real, o que muitos investidores atribuíram a movimento técnico de saída de dinheiro do país, comum no final do ano à medida que empresas fazem pagamentos de juros e dividendos.

O Banco Central fez quatro leilões de moeda à vista desde sexta-feira passada, injetando US$ 3,37 bilhões no mercado spot, o que o próprio presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, associou aos fluxos sazonais.

Temor Fiscal

À medida que o ano chega ao fim, investidores também começam a olhar com preocupação para as perspectivas fiscais de 2022 – que podem se mostrar um obstáculo ao desempenho do real – após o Ministério da Economia enviar ao Congresso um ofício com a sugestão de que sejam remanejados quase R$ 2,9 bilhões no Orçamento de 2022 para pagar reajuste de salários de algumas carreiras de servidores públicos.

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“Investidores já parecem ter precificado a aprovação de um orçamento que engloba maiores gastos, às vésperas de um ano eleitoral”, disse a equipe de pesquisa da Levante Investimentos.

“A bem da verdade, esse desfecho já era esperado desde que se propôs realizar a mudança na regra do teto de gastos, sob a justificativa de comportar os dispêndios do Auxílio Brasil –mas, nas entrelinhas, aproveitar o espaço fiscal aberto para incluir outros gastos de interesse do Executivo e Congresso.”

O governo conseguiu por meio da PEC dos Precatórios estabelecer mudança na correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Embora haja no mercado a percepção de que opções mais prejudiciais às contas públicas para financiar o novo programa de transferência de renda do governo tenham sido evitadas, a PEC enfraquece a credibilidade da principal âncora fiscal do país.

(Com Reuters)

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