Dólar fecha sessão perto da estabilidade após intervenções do BC

Moeda norte-americana registrou queda discreta de 0,09%, chegando a R$ 5,6634
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O dólar fechou perto da estabilidade hoje (23), contido por duas intervenções do Banco Central com venda de moeda após a cotação saltar acima de R$ 5,70 e a divisa brasileira liderar as perdas no mundo.

Operadores relataram fluxos de saída de recursos, que num período de liquidez menor acabam fazendo mais preço nos negócios.

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O dólar spot foi a R$ 5,7202 na máxima do pregão, alta de 0,91%, às 11h55 (de Brasília) e se aproximou desse patamar por volta de 13h13, quando o BC anunciou o primeiro leilão de venda de dólar à vista do dia. A segunda operação ocorreu perto de 14h. Nos dois leilões, o Bacen colocou um total de US$ 965 milhões.

A autoridade monetária, assim, retomou operações extraordinárias no mercado à vista, depois de realizá-las pela última vez na terça-feira. O Banco Central tem recorrido a esse instrumento em dezembro, período típico de redução de liquidez devido ao menor fluxo de negociações e também às remessas de lucros e dividendos.

O mercado analisou ainda ao longo do dia dados da prévia da inflação ao consumidor do Brasil (medida pelo IPCA-15), que em dezembro desacelerou a alta, mas ainda com composição que indicou contínua pressão sobre os preços, complicando a tarefa do BC na política monetária. No ano, o IPCA-15 disparou 10,42%.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos reportaram dados mais firmes de inflação, que endossaram apostas de juros mais altos por lá – condição que em tese prejudica mercados emergentes pelo risco de saída de recursos de países como o Brasil para os EUA.

No fechamento desta quinta-feira, dólar à vista mostrou variação negativa de 0,09%, a R$ 5,6634. Na semana, a moeda caiu 0,37%, reduzindo os ganhos em dezembro para 0,47%. Em 2021, a cotação salta 9,09%.

A volatilidade foi marcada nesta quinta. Na mínima do dia, o dólar caiu 0,74%, a R$ 5,6267, diferença de cerca de R$ 0,10 ante o pico da sessão. A volatilidade implícita das opções de dólar/real para três meses – uma medida da percepção de instabilidade para a taxa de câmbio – está em curva descendente, mas segue acima das de pares emergentes.

E a instabilidade que marcou 2021 pelos indicativos recentes deve seguir em 2022. Além da virada na política monetária global, o mercado vai ter de lidar ainda com os ânimos pré-eleição no Brasil.

“Desde o surgimento de Lula como um potencial candidato presidencial, a polarização aumentou. Catalisadores para um rali (dos mercados domésticos) estariam associados ao surgimento de uma terceira via ou a Lula voltando-se para uma retórica mais favorável ao mercado, bem como uma solução clara para as pressões de gastos”, disse o Bank of America em nota.

O BofA calcula que o dólar chegará a R$ 5,80 ao fim de setembro, mês que antecede as eleições, antes de fechar o ano em R$ 5,70.

(Com Reuters)

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