Dólar sobe pelo quarto pregão consecutivo e vai a máxima desde abril com suporte do exterior

Moeda norte-americana finalizou o dia com alta de 0,37%, chegando a R$ 5,6955
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O dólar recuperou completamente perdas registradas durante a sessão e fechou em alta contra o real pelo quarto pregão consecutivo hoje (14), refletindo força da divisa norte-americana no exterior e manutenção da nota de crédito soberano do Brasil em “BB-” pela Fitch, com perspectiva negativa.

Depois de chegar a cair quase 1% na mínima do dia, a R$ 5,6188, o dólar recuperou terreno e encerrou o pregão em alta de 0,37%, a R$ 5,6955, maior patamar desde 13 abril deste ano.

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Na B3, às 17:02 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,28%, a R$ 5,7165.

O movimento veio em linha com a alta de 0,2% do índice do dólar – que mede a divisa norte-americana contra seis rivais fortes – nesta tarde, em meio a expectativas de que o Federal Reserve acelere o ritmo de redução de estímulos ao fim de sua reunião de política monetária, amanhã (15).

Isso, na visão de especialistas, abriria caminho para aumentos de juros na maior economia do mundo já no ano que vem, o que tenderia a elevar a rentabilidade de se investir nos Estados Unidos e, consequentemente, elevaria o ingresso de recursos naquele país.

Sinal da demanda internacional pela moeda norte-americana, o dólar avançava cerca de 1% contra peso mexicano e 0,6% frente ao rand sul-africano, dois importantes pares emergentes do real, nesta terça-feira.

“Na prática, a necessidade de contenção do processo inflacionário (nos EUA), via elevação dos juro da economia, resultará na inevitável valorização do dólar, penalizando, em especial, as moedas dos emergentes”, disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora.

Enquanto isso, no Brasil, investidores também repercutiam a notícia de manutenção da nota de risco do Brasil pela agência de classificação Fitch, que alertou para riscos de deterioração econômica e fiscal por aqui.

Em comunicado de tom pessimista, a Fitch afirmou que a inflação alta e volatilidade do real vão pesar sobre a economia em 2022 e aumentar o risco de uma recessão. A nota do Brasil foi mantida em BB-, com perspectiva negativa.

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Além de riscos internacionais e domésticos, investidores têm apontado para menor liquidez nos mercados nos últimos dias, o que justificaria a decisão do Banco Central de intervir no câmbio nos últimos três pregões. Sexta e segunda-feiras, a autarquia vendeu moeda à vista, enquanto, nesta terça, fez leilão de venda conjugado com leilão de compra em que vendeu US$ 500 milhões.

“O BC está dando liquidez por uma questão sazonal, é comum aumentar a demanda por remessas no final do ano e ele tem essa visibilidade”, disse à Reuters Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, reiterou nesta terça que a autarquia intervém em momentos de gap de liquidez, e ponderou que atuações exageradas por parte da autoridade monetária tendem a levar os investidores a buscar proteção em outros instrumentos.

Apenas nas últimas quatro sessões, o dólar acumula alta de 2,87% frente ao real.À medida que este ano chega ao fim, participantes do mercado começam a olhar com cautela para 2022, que promete vários riscos ao desempenho do real.

Nesta terça-feira, o banco BNP Paribas afirmou que a taxa de câmbio pode chegar a patamares de R$ 5,80 a R$ 5,90 ao longo do ano que vem, no momento em que o Federal Reserve começar a elevar os juros nos EUA. Além disso, disse que as eleições brasileiras de 2022 podem elevar a incerteza política e, consequentemente, aumentar o prêmio de risco embutido nos preços dos ativos locais.

(Com Reuters)

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