Dólar tem maior alta em três semanas e fecha acima de R$ 5,50

Volatilidade também disparou diante de tensões geopolíticas e possível alteração na política monetários dos EUA
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O dólar registrou a maior elevação em três semanas e voltou a fechar acima de R$ 5,50 hoje (24), com a moeda norte-americana subindo em bloco no mundo em meio a forte clima de aversão a risco por tensões geopolíticas, a dois dias da decisão de política monetária nos EUA.

O dólar à vista subiu 0,90%, a R$ 5,507 na venda, maior ganho percentual diário desde o último dia 3 (+1,63%). Na máxima, a cotação foi a R$ 5,526, alta de 1,25%. Na mínima, teve variação negativa de 0,05%, a R$ 5,455.

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A incerteza disparou. Uma medida da volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses – que pode ser lida como o sentimento de curto prazo sobre a taxa de câmbio – saiu de 14,697% de sexta para 15,825%, pico também desde 3 de janeiro.

Com isso, o real voltou a ser a segunda moeda emergente relevante com maior volatilidade, atrás apenas do rublo russo. Até então, a instabilidade associada ao rand sul-africano era maior que a embutida para a divisa brasileira.

O exterior dominou a formação do preço da taxa de câmbio nesta sessão. O dólar subia ante 32 de uma lista de 33 pares, com o rublo em queda de 1,4% e na lanterna global em meio a temores de que uma escalada de tensões leve a um conflito mais severo entre Rússia, Ucrânia e o Ocidente. O real teve o quarto pior desempenho no dia.

Refletindo o azedume no humor, as bolsas de Nova York tinham expressivas baixas, enquanto o petróleo caiu e os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA cediam – num clássico reflexo de aversão a risco. 

Apesar do dia mais negativo, a alta do dólar ocorreu num mês de, por ora, queda da moeda norte-americana ante o real (de 1,19%), com investidores estrangeiros que operam via B3 se livrando de parte das pesadas apostas contra a divisa doméstica. Enquanto isso, especuladores que negociam na Bolsa de Chicago também estabilizaram suas posições que ganham com a desvalorização da taxa de câmbio, a despeito do aumento de expectativas de mais juros nos EUA.

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O JPMorgan avaliou em relatório que o dólar de forma geral tem falhado em obter apoio recentemente da alta dos rendimentos dos títulos dos EUA e da queda das ações.

O real se beneficiou desse movimento nos últimos dias, e a moeda dos EUA perdeu 5,17% entre a máxima recente – R$ 5,7128,, alcançada no dia 5 de janeiro – e a mínima da quinta-feira passada – R$ 5,4172.

O que mantém o câmbio aqui sob uma espada é a incerteza fiscal. O presidente Jair Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2022 com a previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes de servidores públicos e R$ 4,9 bilhões para alimentar o fundo eleitoral, mas promoveu um veto de R$  3,2 bilhões com o objetivo de recompor verbas de pessoal.

“Ainda não há uma decisão formal sobre reajuste aos servidores públicos, mas as pressões são grandes”, lembrou Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos.

(Com Reuters)

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