Dólar cai pela terceira sessão consecutiva e fecha em mínima de seis meses 

Moeda norte-americana finalizou o dia a R$ 5,12, menor valor desde julho
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O dólar seguiu perdendo valor e fechou numa mínima em seis meses e meio, na terceira queda seguida, com operadores reagindo a uma melhora global de ativos de risco após o banco central norte-americano evitar nova surpresa altista para os juros na ata de sua última reunião de política monetária hoje (16).

A manutenção do tom do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deu mais fôlego a um movimento já em curso de fluxos de capital ao Brasil e que mais cedo já havia deixado o real entre as divisas com melhor performance no dia, mesmo quando pares emergentes perdiam valor.

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Um profissional da área de câmbio de um banco avaliou a ata do Fomc como “sem grandes novidades” e afirmou que os benefícios da combinação entre tônica do Fed, commodities em alta e vencimentos de contratos de opção e futuros na B3 se refletiram em aumento de liquidez na bolsa e queda do dólar pelo fluxo.

As vendas de dólar aceleraram na parte da tarde também em meio a um noticiário interno visto como benigno.

O Ministério da Economia disse à Reuters com exclusividade que o governo estuda isentar estrangeiros que investem em títulos privados do pagamento de imposto de renda sobre seus ganhos de capital, medida que poderia atrair, assim, mais dólares.

Aliás, o Banco Central informou nesta quarta ingresso líquido de US$ 845 milhões na semana passada, elevando o total no acumulado de 2022 a US$ 6,57 bilhões.

A possibilidade de que mudanças na tributação dos combustíveis em discussão no Congresso tenham menor amplitude, como deseja o ministro da Economia, Paulo Guedes, também foi comentada nas mesas de operação, que seguem a minimizar risco de cenários extremos independentemente do desfecho eleitoral.

O dólar à vista caiu 0,99%, a R$ 5,129 na venda. É o menor patamar desde 29 de julho do ano passado (R$ 5,0795).

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A moeda ficou em baixa ao longo de todo o dia, oscilando entre R$ 5,179 (-0,03%) e R$ 5,128 (-1,01%). Em três sessões consecutivas de baixa, o dólar perdeu 2,17%. Em fevereiro, a queda é de 3,33%, enquanto em 2022 já atinge 7,98%.

O real tem o melhor desempenho global tanto no mês quanto no ano. A virada no juro real brasileiro – que está positivo em cerca de 6,8% (taxa do swap DIxPré menos IPCA em 12 meses previsto na Focus) depois de fechar 2021 negativo em 5,2% – tem sido o guia para a liderança da moeda doméstica no período.

A perspectiva melhor já leva inclusive a cenários de maior emissão de títulos denominados em reais e voltados para investidores de varejo do Japão, de quem o real no passado era a menina dos olhos.

“Acreditamos que os títulos uridashi denominados em real têm potencial para atrair alguns fluxos de investimento novamente daqui para frente devido aos recentes aumentos nos juros reais e ao desempenho superior do real, principalmente porque a lira turca parece fora da lista de favoritas”, afirmaram estrategistas do Barclays em relatório.

Os uridashis são liquidados em ienes; portanto, quando a moeda de juro alto na qual o título é emitido se desvaloriza, o investimento pode sofrer prejuízo. 

Desde as mínimas de dezembro passado, o real salta quase 14% frente à divisa japonesa.

Com a nova queda do dólar, algumas medidas de indicadores técnicos ficaram ainda mais esticadas. O índice de força relativa de 14 dias (IFR-14) – que mede quão fora de padrão está o movimento de preço de um ativo financeiro – caiu para 24,9 nesta quarta, menor patamar desde outubro de 2018. Leituras abaixo de 30 costumam apontar que o preço do ativo (no caso, o dólar) está excessivamente baixo, o que poderia estimular alguma correção para cima.

Ao longo da última década, o IFR-14 operou nos patamares atuais apenas em outras cinco ocasiões – em quatro delas, o dólar entrou em rota ascendente em seguida ou poucas semanas depois de cair a esses níveis mínimos.

(Com Reuters)

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