Rússia x Ucrânia: quais empresas brasileiras devem ser afetadas

Conflito do leste europeu afeta preço do petróleo e agronegócio brasileiro
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Conflito terá consequências em todo o globo (Foto: Montagem)

O mundo acordou no dia de hoje (24) com a notícia de que a Rússia havia invadido a Ucrânia, confirmando as tensões que rondavam o continente europeu nas últimas semanas. Apesar do conflito se concentrar entre as duas nações, os primeiros impactos econômicos da guerra já podem ser sentidos em todo o planeta – inclusive no Brasil. 

Poucas horas após o anúncio do ataque a Kiev, capital ucraniana, o preço do petróleo saltou para mais de US$ 100 o barril. O valor é o maior em sete anos, decorrente de uma alta de mais de 8% devido à instabilidade do seu maior exportador mundial – a Rússia. Anteriormente, o combustível só havia alcançado esse patamar diante de episódios como a crise mundial de 2008, a Primavera Árabe, em 2011, e o embargo iraniano, em 2012. Com isso, espera-se altas não apenas no valor da gasolina, mas em produtos derivados, como o etanol e o gás de cozinha. 

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Para o mercado nacional, esse cenário pode se mostrar favorável. Com a oferta russa comprometida, o petróleo brasileiro se tornará uma opção para os países que dependem do produto. Empresas como a 3R Petroleum, PetroRio e Petrobras já registraram altas de até 4,74% nas ações da bolsa de valores nesta quinta-feira de olho nessa tendência. 

Guerra deve afetar indústria de alimentos brasileira

A curto e médio prazo, as consequências do conflito também devem se estender para o setor agrícola nacional. Atualmente, a Ucrânia é responsável pela produção de 13% do milho e 7% do trigo consumidos mundialmente, além de exportações consideráveis de cevada e centeio. No entanto, o que preocupa especialistas é que grande parte do território usado para agricultura está localizado no leste do país, mesma região em que se concentram as ações militares. “Ataques nesta área do território ucraniano podem colocar em cheque toda a produção de milho do país. Com isso, nós teremos, inevitavelmente, um ajuste no preço desse grão”, destaca Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. 

Diante desse quadro, empresas brasileiras que dependem da importação do trigo, como as fabricantes de alimentos M Dias Branco, Santa Amália e Camil, devem sofrer impactos negativos com a alta do produto, segundo a corretora Ativa Investimentos. Situação semelhante a de companhias compradoras de milho, como BRF, Seara e Ambev. 

Por outro lado, o Brasil aparece como um mercado atrativo de venda de milho e commodities agrícolas, podendo atuar como um substituto para alguns dos bens produzidos na Ucrânia e na Rússia. Nesse cenário, empresas exportadoras, como a SLC Agrícola e a Brasil Agro, saem ganhando. 

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Mercado de fertilizantes também pode sofrer consequências

Outra questão que levanta preocupações é em relação ao mercado internacional de fertilizantes. Em um primeiro momento, o conflito já reduziu a produção de fábricas ucranianas especializadas no produto, levando a uma queda no fornecimento para os países compradores. 

No entanto, o maior agravante da situação são as sanções econômicas impostas pela União Europeia, Estados Unidos e demais países do globo contra a Rússia.  Atualmente, a nação de Putin detém mais de 40% do gás natural consumido na Europa. Com as restrições de comercialização,  o produto, que é um dos principais insumos para a produção de fertilizantes nitrogenados, será impactado pela alta no preço em decorrência da baixa disponibilidade.

No Brasil, os efeitos no mercado do agronegócio devem ser sentidos apenas no longo prazo. Empresas compradoras de fertilizantes, como a SLC Agrícola e a Brasil Agro, costumam realizar a compra desse tipo de item com antecedência, evitando os impactos da volatilidade. Segundo a Ativa Investimentos, a situação se manterá estável caso o conflito seja resolvido até o fim de 2022. 

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