Dólar fecha em queda, mas não sustenta mínimas abaixo de R$ 5

A moeda norte-americana à vista caiu 0,82%, a R$ 5,0124 na venda, sendo o menor patamar de encerramento desde 23 de fevereiro passado
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O dólar emendou uma segunda queda consecutiva hoje (9), chegando a operar na casa de R$ 4,98 e fechando na segunda menor cotação do ano, com operadores se desfazendo da moeda norte-americana em sintonia com um amplo movimento global de busca por risco, em meio a respiro após turbulências recentes por causa da guerra na Ucrânia.

O dólar à vista caiu 0,82%, a R$ 5,0124 na venda. É o menor patamar de encerramento desde 23 de fevereiro passado (R$ 5,0033).

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Na mínima da sessão, a divisa foi a R$ 4,9853, baixa de 1,36%. Na máxima, ainda caiu 0,33%, para R$ 5,037.

O real se valorizou junto com outras moedas de perfil semelhante à da brasileira, como peso mexicano e rand sul-africano, mas foram as divisas das regiões central e leste da Europa que brilharam, com altas entre 1,7% e 4,3% no fim da tarde, reflexo de uma correção depois de duas semanas de fortes perdas por causa dos temores sobre efeitos colaterais da guerra da Rússia sobre essa área da Europa.

O índice do dólar despencou, e as ações globais saltavam quase 3%. O petróleo, cujo recente rali desenfreado gerou fortes preocupações de estagflação, sofreu forte queda por perspectiva de maior oferta.

“Hoje é um dia de alívio no mundo e o câmbio está repercutindo isso”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

“Se continua essa queda do dólar no Brasil ou não vai depender, no curto prazo, do desenrolar da guerra, mas acredito ser mais provável que os investidores voltem a adotar uma postura mais conservadora. A guerra não terminou e por ora não dá sinais de que vai terminar logo”, acrescentou.

Em mais um capítulo do confronto não só bélico, mas de narrativas, Moscou acusou os Estados Unidos nesta quarta-feira de declarar uma guerra econômica à Rússia e disse que está considerando uma resposta à proibição dos EUA às importações russas de petróleo e energia. E um ataque aéreo russo danificou gravemente um hospital infantil na cidade portuária ucraniana sitiada de Mariupol, soterrando pacientes e ferindo mulheres em trabalho de parto, disse a Ucrânia.

O ruidoso cenário externo, influenciado ainda por riscos de um banco central norte-americano mais duro com a inflação (“hawkish”), se soma às incertezas eleitorais e fiscais no Brasil. Esse combo faz Rostagno, do Mizuho, prever que o dólar não sustentará os níveis atuais próximo ou até ligeiramente abaixo de 5 reais, movimentado tentado e frustrado em episódios desde 2020.

O Bank of America ainda acredita que o choque nos preços das commodities e a repercussão disso nos termos de troca vão beneficiar o real, que teria desempenho superior a alguns pares latino-americanos neste ano. Segundo estudo do BofA, o real estaria nos atuais preços ainda cerca de 10% abaixo do sugerido pelos fundamentos.

Os estrategistas do banco dizem não gostar de posições vendidas em dólar, devido ao potencial de um Fed “hawkish”.

“Mas gostamos de vender euros contra reais para explorar o impacto heterogêneo do choque dos termos de troca. Permanecemos neutros em peso mexicano e esperamos que o peso chileno e o sol peruano tenham desempenho inferior ao real e ao peso colombiano”, disseram em relatório no qual atualizaram as projeções para dólar – a R$ 5,30 ao fim de 2022 (de R$ 5,60 antes) e R$ 5,40 ao término de 2023 (frente a R$ 5,50 reais).

(Com Reuters)

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