A MRV&Co teve aumento robusto do lucro no quarto trimestre, uma vez que as fortes vendas de sua unidade nos Estados Unidos compensaram a pressão inflacionária sobre os empreendimentos do programa Casa Verde e Amarela, no Brasil.
O grupo imobiliário anunciou ontem (16) que seu lucro de outubro a dezembro somou R$ 336,2 milhões, um aumento de 54% ante mesma etapa de 2020.
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Além disso, a receita líquida do trimestre avançou cerca de 12% no comparativo anual, para R$ 1,9 bilhão.
Mas a linha “outras receitas operacionais”, que inclui o desempenho de sua unidade AHS, nos EUA, deu um salto de 418%, a R$ 337 milhões, refletindo fortes vendas. Em dois empreendimentos nos EUA em dezembro, a empresa vendeu US$ 149 milhões, com margem bruta de 37% a 51%, nível muito superior ao esperado pela própria empresa.
Com isso, o resultado medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) deu um salto de 60,3% ano a ano, para R$ 524 milhões no trimestre. A margem subiu 8,3%, para 27,5%.
A previsão média de analistas consultados pela Refinitiv para o Ebitda da MRV era de R$ 294,2 milhões.
No relatório, a MRV afirmou que a forte demanda nos EUA permitiu que as vendas fossem feitas com descontos mais baixos do que o previsto. Além disso, a empresa beneficiou-se do aumento de preço dos aluguéis.
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O copresidente da MRV Rafael Menin estimou que as vendas devem seguir fortes nos EUA em 2022, mesmo com o início do ciclo de aperto monetário no país para tentar conter a inflação. Com isso, o grupo deve gradualmente investir mais naquele mercado do que no Brasil nos próximos anos.
“Nossa expectativa é de que, em 2024, a AHS possa representar 65% do resultado do grupo”, disse Menin à Reuters. O negócio responde por menos de um terço das receitas totais hoje.
LISTAGEM NOS EUA
Assim, com esse horizonte, a AHS deve fazer neste ano uma captação de recursos restrita com um grupo de investidores. A operação é parte da preparação para a listagem de ações da companhia em bolsa nos EUA, o que ainda não tem data para acontecer, disse.
Para o executivo, o desempenho positivo da AHS, junto com suas demais unidades Luggo (de locação) e Urba (loteamentos) devem compensar com sobras o enfraquecimento do negócio de imóveis populares, o Casa Verde e Amarela, que ainda representa 55% do negócio da MRV.
Segundo Menin, com a inflação acumulada de cerca de 20% no Brasil nos últimos dois anos no setor de construção civil, aumento que não foi traduzido na mesma intensidade nos valores de financiamento pela Caixa Econômica Federal, o investimento no setor perdeu atratividade para as construtoras.
“A companhia estima um período prolongado de margem bruta comprimida nos produtos do Casa Verde e Amarela”, afirmou.
(Com Reuters)
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