Rússia pode usar criptomoedas para se proteger de sanções econômicas; entenda como isso pode afetar o bitcoin e outros criptoativos

População do país é a segunda maior do mundo no uso de moedas digitais, atrás apenas da Ucrânia
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(Foto: Pexels)

Depois de um ano de ganhos expressivos, as criptomoedas começaram 2022 enfrentando alta volatilidade e, entre janeiro e fevereiro, o desempenho foi principalmente negativo. Com as instabilidades políticas na Europa, após a Rússia iniciar ataques militares à Ucrânia, a atenção dos investidores sobre o mercado de criptoativos, sobretudo o bitcoin, foi redobrada.

Por um lado, um ambiente macroeconômico repleto de incertezas afeta negativamente o mercado de renda variável. Em contrapartida, especialistas explicam que a região do leste europeu é bastante favorável aos criptoativos e que, neste momento, o uso desses ativos deve se intensificar na região, o que valoriza a cotação das moedas digitais. 

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No fechamento do último pregão de fevereiro, na sexta-feira, 25, o bitcoin era negociado US$ 39.243, após uma alta de 2,25% no dia e uma baixa de 17,82% nos dois primeiros meses do ano. Já o ethereum, segunda criptomoeda mais negociada no mundo, subiu 6,59% na sexta, vendida a US$ 2.767,33, mas acumula queda de 26,51% em 2022.

As criptomoedas podem ajudar a Rússia a se blindar contra as sanções econômicas

De acordo com especialistas da Arthur Mining, uma mineradora de ativos digitais que opera nos Estados Unidos, a Rússia deve usar as criptomoedas para se proteger contra as sanções econômicas vindas dos Estados Unidos e União Europeia.

As transações feitas com bitcoin ou outros criptoativos são de indivíduo para indivíduo ou, até mesmo, de governo para governo. É tudo de forma digital e, por mais que a maioria das operações seja rastreável – ou seja, é possível saber de onde ela saiu e para onde foi -, não depende de bancos centrais ou intermediários e, assim, ninguém pode impedir que elas sejam realizadas.

Dessa forma, o mercado de criptos, que é independente de outras moedas e governos, serve como uma espécie de refúgio, representando uma barreira de proteção, tanto para a população quanto para o governo de um país que sofre com sanções econômicas. 

Analistas da Uniera, gestora de investimentos em criptoativos, compartilham da mesma visão e destacam ainda que, há cerca de três anos, quando havia uma ameaça de guerra entre Estados Unidos e Irã, o país do Oriente Médio também começou a buscar alternativas para regular os criptoativos para se blindar contra as possíveis sanções.

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Ucrânia já é adepta dos criptoativos há algum tempo

A Ucrânia é o país mais adepto de criptomoedas do mundo, com cerca de 13% de sua população já utilizando o bitcoin ou outras moedas digitais para realizar transações. Logo na sequência vem a Rússia, com 11,91% da população adepta a tais ativos, segundo levantamento feito pela Tripple A.

A mineradora Arthur Mining explica que as pressões da Rússia sobre o país governado por Volodymyr Zelensky, que acontecem muito antes da intensificação dos conflitos no fim do ano passado, dificultam também a economia ucraniana, que sofre com sanções vindas do governo russo. Assim, o uso dos crioptoativos ganhou força entre os ucranianos para facilitar a transações financeiras.

Como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta o bitcoin e as outras criptomoedas?

De acordo com a Uniera, por fazerem parte de um mercado cada vez mais consolidado no mundo, os criptoativos também acabam sofrendo influência do cenário macroeconômico. Em momentos de incerteza, a tendência é uma maior aversão ao risco por parte dos investidores, que passam a buscar ativos considerados mais seguros.

Neste contexto, as expectativas são de que não apenas o bitcoin e as outras moedas digitais possam passar por momentos de bastante volatilidade e, ocasionalmente, enfrentar algumas baixas, mas todo o mercado de renda variável, uma vez que os ativos tidos como mais seguros são os de renda fixa, sobretudo os títulos públicos norte-americanos.

Porém, a Arthur Mining destaca que a possibilidade de Rússia e Ucrânia passarem a usar mais as criptomoedas pode valorizar os ativos no mercado, mesmo com as incertezas do cenário macro. Afinal, se há uma demanda forte, seja ela do que for, a tendência natural é que o preço suba.

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Quais as perspectivas para o mercado cripto em 2022?

“O crescimento das criptomoedas em 2022 dependerá, primeiramente, da perspectiva dos juros norte-americanos. Um aumento mais brusco pode frear o crescimento temporariamente e podemos ficar num cenário morno até que o país consiga controlar a inflação”, explica a mineradora. 

Vale lembrar que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já sinalizou, em sua última reunião de política monetária, que o processo de alta nos juros deve começar já nos próximos meses. O objetivo de controlar a escalada dos preços. As projeções dos analistas do mercado são de que o ciclo de alta seja feito com calma, sem manobras bruscas do Fed.

Para a Uniera, porém, as perspectivas para os criptoativos “são as melhores possíveis, sobretudo para o segundo semestre deste ano”. A gestora aponta que o desenvolvimento de novas tecnologias nas cadeias de blockchain e no metaverso favorecem e mantêm o mercado aquecido.

Além disso, especialistas explicam que há cada vez mais detentores de longo prazo do bitcoin e de outras criptomoedas. Por entender que esse é um investimento que entrega bons resultados com o passar do tempo, mais mineradores e investidores estão segurando seus ativos em carteira por um prazo mais longo, o que reduz a oferta desses produtos no mercado e valoriza os preços.

Variação das principais criptomoedas nos últimos 5 anos

CriptoativoVariação em 5 anosVariação em 2021
Bitcoin (BTC)+ 5.953,93%+ 91,15%
Ether (ETH)+ 22.459,16%+ 505,85%
Litecoin (LTC)+ 4.768,94%+ 43,52%
Fonte: Google Finance

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